Dados do Trabalho


Título

Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crônica com complicações cardíacas e renais: relato de caso

Introdução

A hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPTEC) é uma condição debilitante resultante da obstrução das artérias pulmonares por êmbolos e tecido fibroso. Essa obstrução aumenta a resistência vascular, elevando a pressão na circulação arterial pulmonar, o que caracteriza a hipertensão pulmonar (HP). Dessa forma, o aumento da carga sobre o ventrículo direito leva à sua insuficiência, com aumento da morbimortalidade dos pacientes. Para o diagnóstico de HPTEC, é necessário que se atendam 2 critérios - pressão arterial pulmonar média >20 mmHg em repouso definida no cateterismo cardíaco direito, e a presença de oclusão tromboembólica da vasculatura pulmonar proximal e/ou distal deve existir e ser a causa presumida da HP. O tratamento baseia-se na anticoagulação, por período indefinido, além de medidas de suporte, como oxigenioterapia e diuréticos quando indicados.  

Método

Relato de caso realizado a partir do acompanhamento e da coleta de dados em prontuário eletrônico. 

Descrição do Caso

Paciente F.L, sexo masculino, 59 anos, portador de HPTEC com história prévia de tromboembolismo pulmonar em 2022. Buscou o Pronto Atendimento com quadro de dispneia de longa data e edema generalizado (anasarca). Identificada insuficiência cardíaca descompensada (IC), em que o Ecocardiograma transtorácico evidenciou hipertrofia ventricular direita secundária a hipertensão pulmonar, com medida da pressão sistólica da artéria pulmonar em 61mmHg. A disfunção cardíaca levou à síndrome cardiorrenal, com necessidade da realização de hemodiálise, porém o paciente apresentou dificuldade para tolerar o procedimento devido a hipotensão, sendo preciso o uso de drogas vasoativas. Foi indicada a diálise peritoneal, uma vez que pode ser feita de forma mais lenta e assim é melhor tolerada pelo paciente. Para melhora do desconforto respiratório, realizou-se a drenagem torácica devido ao derrame pleural volumoso, além de paracenteses para a retirada de líquido ascítico. Após 45 dias, recebeu alta hospitalar. Atualmente mantém acompanhamento ambulatorial.

Conclusão

As complicações da HPTEC evidenciam a complexidade do manejo clínico, que inclui não apenas a anticoagulação, mas também, em alguns casos, o transplante cardiopulmonar. No caso apresentado, o paciente não era mais elegível para o transplante, ressaltando a importância de uma abordagem integrada e adaptativa no tratamento.

Bibliografia

ALMEIDA, R. R. et al. Hipertensão pulmonar tromboembólica crônica: aspectos clínicos e tratamento. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 45, n. 2, p. 108-115, 2019.  
OLIVEIRA, A. S. et al. Revisão sobre hipertensão pulmonar tromboembólica crônica e suas complicações. Jornal de Pneumologia, v. 43, n. 3, p. 340-350, 2017. 
GALIE, N., et al. "2015 ESC/ERS Guidelines for the diagnosis and treatment of pulmonary hypertension." European Heart Journal, v. 37, n. 1, p. 67-119, 2016.

Área

Clínica Médica

Instituições

FURB - Santa Catarina - Brasil

Autores

LUIZA ARANTES RODRIGUES, Luana Gabriela Labes Costa , Marcel Brentano Diehl