Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA NEOPLASIA MALIGNA DE TRAQUEIA, BRÔNQUIOS E PULMÕES NA REGIÃO SUL BRASILEIRA DE 2019 A 2023.

Introdução

A neoplasia de pulmão é a principal causa de mortalidade por câncer no mundo. No Brasil, é o segundo tipo de neoplasia de maior incidência em homens e o quarto em mulheres, e a principal causa de mortalidade por câncer. Este estudo tem como objetivo analisar o perfil epidemiológico das internações por neoplasia maligna de traqueia, brônquios e pulmões na população sul brasileira no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2023.

Método

Estudo epidemiológico descritivo de caráter quantitativo com dados obtidos no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), através da plataforma do DATASUS, referente ao período de 2019 a 2023. Analisou-se a Região Sul e seus respectivos Estados, além da faixa etária, sexo e raça/cor mais acometida pela doença.

Resultados

Foram registrados 130.374 casos de internações no país por neoplasia maligna de traqueia, brônquios e pulmões de 2019 a 2023. Dentre esses casos, a Região Sul apresenta-se em segundo lugar, com 33.732 internações, representando 25,88% das internações, com o Rio Grande do Sul sendo o maior da região, registrando 16.883 internações (50,05%), seguido pelo Paraná com 9.204 internações (27,29%) e em terceiro Santa Catarina com 7.645 internações (22,66%). Em relação à faixa etária a neoplasia é mais prevalente entre 60 a 69 anos, apresentando um total de 12.894 (38,22%). Em relação ao sexo, percebe-se uma predominância do sexo masculino, representando 55,16% dos casos. Por fim, observa-se maior incidência nos indivíduos que se declaram brancos (83,4%).

Conclusão

A partir dos resultados analisados da Região Sul, podemos concluir que a neoplasia maligna de traqueia, brônquios e pulmões afeta todas as idades, com maior incidência após os 60 anos e no sexo masculino. Tal fato pode ser correlacionado ao tabagismo, uma vez que o Sul possui o maior percentual de fumantes do país - segundo a Pesquisa Nacional de Saúde. Ademais, o tabaco possui impacto em âmbito ocupacional, posto que o Brasil é o quarto produtor de fumo do mundo, com o maior dossel de plantações no Rio Grande do Sul. Ainda, devido à localização da Região Sul e sua baixa incidência de radiação ultravioleta B tem-se a predisposição à incidência dessa neoplasia pela ausência do fator protetor contra o câncer exercido pela absorção de colecalciferol (vitamina D3). Logo, a adoção de medidas preventivas e o diagnóstico em estágios iniciais ampliam o alcance a serviços de saúde, melhoram o prognóstico e diminuem a mortalidade.

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