Dados do Trabalho


Título

Perfil epidemiológico das internações decorrentes de Infarto Agudo do Miocárdio no estado de Santa Catarina e no Brasil: Uma análise antes, durante e após a pandemia

Introdução

O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é um problema de saúde pública, sendo um dos principais responsáveis pela morbimortalidade global, sendo aventada a possibilidade de um aumento na sua incidência com a pandemia pelo SARS-CoV-2. Desse modo, objetivou-se delinear o perfil epidemiológico das internações por IAM no estado de Santa Catarina (SC) e no Brasil (BR) em 3 períodos distintos: antes, durante e após a pandemia.

Método

Trata-se de um estudo retrospectivo, transversal, descritivo, quantitativo, e de análise de série temporal envolvendo internações por IAM. Os dados foram coletados através do Sistema de Informações Hospitalares do SUS - SIH/SUS, disponibilizado pelo DATASUS. As variáveis analisadas foram: número de internações, sexo, cor/raça, faixa etária e taxa de letalidade no estado de SC e no BR pelo CID-10 I21, de 2019/2 a 2024/1.

Resultados

No período pré-pandemia, ocorreram 256.675 internações no BR, sendo 63,62% homens, 40,51% brancos, com faixa etária predominante de 60 a 69 anos (31,09%), com uma taxa de letalidade de 9,91%. Já em SC foram 12.487 internações, sendo 65,57% homens, 92,93% brancos, 30,82% com idade entre 60 a 69 anos e taxa de letalidade de 8,98%. No período da pandemia, ocorreram 283.391 internações no BR, sendo 63,70% homens, 39,13% brancos, com faixa etária mais acometida de 60 a 69 anos (31%) e taxa de letalidade de 9,54%. Em SC foram 12.955 internações, sendo 63,31% homens, 92,50% brancos, 31,25% com idade entre 60 a 69 anos e taxa de letalidade de 8,61%. No período pós-pandemia, ocorreram 344.858 internações no BR, com 63,46% homens, 47,38% pardos, a faixa etária mais acometida foi de 60 a 69 anos (31,61%), com uma taxa de letalidade de 8,23%. Em SC, neste mesmo período, ocorreram 16.473 internações, sendo 64,89% homens, 89,90% brancos, 31,26% com idade entre 60 a 69 anos e taxa de letalidade de 6,87%.

Conclusão

Conforme o exposto, observou-se um aumento das internações por IAM pós-pandemia, de 34,36% no BR e 31,92% em SC, quando comparada com o período pré-pandemia. Sendo o sexo masculino o mais prevalente nos 3 períodos, enquanto a cor branca predominou nos períodos pré e durante a pandemia, com a modificação para a cor parda prevalencendo pós-pandemia. A faixa etária entre 60 e 69 anos foi a mais acometida em todas as análises e a taxa de letalidade, diminuiu 16,95% a nível nacional e de 23,50% em SC quando comparado o período pré e pós-pandemia. Portanto, pode-se deduzir o impacto da pandemia no acometimento de casos de IAM nesta população.

Bibliografia

BRANT, Luisa C.; Passaglia, Luiz G. Alta Mortalidade por Infarto Agudo do Miocárdio na América Latina e Caribe: Defendendo a Implementação de Linha de Cuidado no Brasil. Arq. Bras. Cardiol., v. 119, n. 6, p. 979-980, nov. 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS).

THYGESEN, Kristian et al. Quarta definição universal de infarto do miocárdio. Elsevier. Grupo executivo em nome da força-tarefa conjunta da ESC, ACC, AHA e WHF. 2018.

Área

Clínica Médica

Categoria

Transversal

Instituições

Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí - Santa Catarina - Brasil

Autores

ANA PAULA DELUCA, CARLOS GABRIEL MAIBERG, FÁBIO VALERIO BORELLI, ISABELA LAMIN KLEGIN, MARCELO VIER GAMBETTA