Dados do Trabalho
Título
Perfil da evolução dos casos notificados por intoxicação exógena no estado de Santa Catarina no período de 2013 a 2023
Introdução
As intoxicações exógenas (IE) são um conjunto de efeitos nocivos que revelam o desequilíbrio orgânico produzido pela interação de agentes tóxicos com o sistema biológico. Essas intercorrências devem ser notificadas por profissionais de saúde para o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Método
Estudo retrospectivo de prevalência onde foram analisadas as evoluções dos casos de IE em Santa Catarina, presentes na plataforma DataSus, notificados nos últimos 10 anos. Foram incluídos no estudo os casos por IE, de qualquer faixa etária e ambos os gêneros. Os casos sem o registro da evolução, com dados ausentes e que foram a óbito por outras causas foram excluídos. As variáveis analisadas foram: faixa etária, gênero, agente tóxico, tipo de exposição e desfecho. As informações foram compiladas em planilha Excel para a realização da análise dos dados.
Resultados
Foram realizadas 64.149 notificações entre os anos de 2013 e 2023. Os desfechos analisados foram: 61.968 casos de cura sem sequela (96,5%), 1462 cura com sequela (2,3%) e 720 óbitos por IE (0,2%). A faixa etária mais acometida foi de 20 a 39 anos, correspondendo a 43,8% das notificações. O maior percentual de óbitos (47,3%) corresponde a idade de 40 a 59 anos. No que tange ao gênero, houve maior ocorrência de IE no sexo feminino (63,7%). Além disso, ocorreram 2821 intoxicações por agrotóxicos agrícolas, com 109 mortes (3,86%). Também, pode-se evidenciar os casos relacionados ao uso de drogas de abuso com 4330 notificações com 137 óbitos (3,16%). Em relação aos tipos de exposição têm-se as ocorrências aguda-única (78,8%), aguda-repetida (18,37%) e crônica (2,83%), evidenciando que a maioria dos casos se dá por uma única exposição. Quanto ao desfecho, o sexo feminino apresentou a maioria de cura sem sequela (64,3%) e o masculino de cura com sequela e óbito por IE (52,3% e 53,3% respectivamente). Os agentes tóxicos mais frequentes foram: intoxicações causadas por medicamentos, raticidas, drogas de abuso, agrotóxicos agrícolas, produtos de uso domiciliar e alimentos e bebidas. Desses dados, a intoxicação medicamentosa foi prevalente, presente em 46.219 casos.
Conclusão
Das 64.149 notificações avaliadas, a incidência foi maior em mulheres da faixa etária de 20 a 39 anos. Já o perfil com mais óbitos e cura com sequela foi entre os homens de 40 a 59 anos. Os agentes tóxicos mais predominantes são os medicamentos e as IE ocorrem principalmente por exposição única. A cura sem sequelas foi o desfecho mais prevalente.
Bibliografia
Mota, D. M. et al. Perfil da Mortalidade por Intoxicação com Medicamentos no Brasil, 1996-2005: retrato de uma década. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 1, p. 61-70, 2012.
Toscano, M. M. et al. Intoxicações Exógenas Agudas Registradas Em Centro De Assistência Toxicológica. Revista Saúde e Pesquisa, v. 9, n. 3, p. 425-432, set./dez. 2016.
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Disponível em:
Área
Clínica Médica
Categoria
Prevalência
Instituições
Universidade do Sul de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil
Autores
LETÍCIA SOMBRIO, ANATHALIA NUNES PEREIRA, CAROLINA MARTINS AMÂNCIO DE ARAÚJO, NICOLE TEIXEIRA BITTENCOURT, DANIELA QUEDI WILLIG