Dados do Trabalho


Título

Perfil Epidemiológico dos Distúrbios da Tireoide na Região Sul do Brasil Entre 2018 a 2023

Introdução

A tireoide é uma glândula folicular, a qual sintetiza e secreta dois hormônios que contém iodo: a triodotironina (T3) e tetraiodotironina (tiroxina ou T4), as quais são responsáveis pelas funções metabólicas do organismo (1). Sua atividade secretória é controlada pelo hormônio estimulante da tireóide (TSH), liberado pela hipófise anterior (2). Distúrbios relacionados aos hormônios T3 e T4 acarretam no Hipotireoidismo e Hipertireoidismo, e são de fundamental importância já que afetam direta ou indiretamente todas as funções fisiológicas do indivíduo (3)

Método

Trata-se de um estudo retrospectivo transversal dos transtornos tireoidianos relacionados a deficiência de iodo e tireotoxicose realizado através do Sistema de Informações sobre internação do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (4). Os dados analisados incluíram as variáveis sexo, faixa etária, raça e unidades de federação, entre os anos de 2018 e 2023.

Resultados

O número total de internações por Transtornos tireoidianos relacionados à deficiência de iodo e Tireotoxicose no período analisado foi de 585, sendo 2023 o ano com maior número, representando 22,3% do total. Sendo que os casos de tireotoxicose representam 78,97%, e 21,03% estão relacionados à deficiência de iodo. Nota-se que em relação à faixa etária, ambas as condições possuem maior número de internações entre 30 a 39 anos. Já no que tange​ o sexo, constata-se que o sexo feminino é a grande​ maioria com 77,7%. Levando-se em conta a cor, observa-se que os brancos e pardos correspondem a maioria das internações. Ainda, o estado com maior número de internações foi o Rio Grande do Sul com 41,7%, seguido do Paraná com 31,2% e Santa Catarina com 27,1%. Porém, no ano de 2023 houve um aumento significativo de 96% em relação a 2022 no estado do Paraná, tornando-o mais prevalente em internações neste ano.

Conclusão

Os resultados destacam a importância da atenção primária à saúde para o diagnóstico precoce das alterações da tireoide, sendo assim a forma mais eficiente de melhorar os indicadores de internação. É esperado que tal análise​ possa oferecer entendimento sobre as evidências e a relevância de realizar intervenções na rede de atendimento para indivíduos com distúrbios tireoidianos, especialmente no que tange à identificação dos​ casos, objetivando diminuir o número de internações.

Bibliografia

1 - SIQUEIRA, Larisse Coelho. Interferência das dosagens laboratoriais no diagnóstico do hipotireoidismo devido ao uso de esteróides anabolizantes. 2011. 20 f. Orientadora: Maria José Ferreira Morato. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Análises Clínicas e Gestão de Laboratório) - Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Vale do Rio Doce, Governador Valadares, 2011.
2 - Guyton, C. A., Hall, J. E. Endocrinologia reprodução. In: GUYTON, C. A.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 12. ed. rev. [S. I.]: Elselvier, 2011. Cap. Hormônios Metabólicos da Tireóide, p 955-964. ISBN 9788535237351.
3 - SOARES, Gabriel Victor Dantas, et al. Distúrbios fisiológicos relacionados à glândula tireoide: uma revisão literária. Research, Society and Development, Itajubá, vol. 9, n. 7, p. 1-11, mai. 2020.
4 - Banco de dados do Sistema Único de Saúde: DATASUS-TABNET. Ministério da Saúde do Brasil [Internet]. Brasília: MS. [acesso em Jun 2024]. Disponível em https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet.

Área

Clínica Médica

Categoria

Transversal

Instituições

Universidade do Sul de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

JÚLIA CUNHA SERRA, VICTOR QUARENTEI CIACCIO, VITÓRIA CRISTINA CONRADI, LETÍTICA ENEDINA DO NASCIMENTO TORQUATO, ANA PAULA GOMES CUNHA