Dados do Trabalho
Título
HIPOGONADISMO SECUNDÁRIO A OBESIDADE: UM RELATO DE CASO
Introdução
Em vista do crescimento exponencial dos casos de obesidade no mundo, nota-se a necessidade de intervenções visando a saúde da população. O aumento de gordura corporal influencia no aparecimento de outras patologias, como é o caso do hipogonadismo secundário a obesidade (MOSH), em especial no sexo masculino. Esta é uma síndrome clínica frequente que resulta da incapacidade de produzir concentrações fisiológicas de testosterona.
A MOSH representa uma disfunção endócrina com uma prevalência relatada de cerca de 45% na obesidade moderada-grave. A doença é caracterizada por diferentes sinais e sintomas, como disfunção sexual, depressão, fadiga, diminuição da massa corporal magra e também redução da densidade mineral óssea
Método
Relato de caso sobre MOSH com informações referentes à doença encontradas nas plataformas SciELO e PubMed com as palavras-chave obesidade, hipogonadismo, baseados em artigos dos últimos 10 anos.
Descrição do Caso
Paciente masculino, 36 anos, apresenta-se em consulta com endocrinologista visando emagrecer. Refere obesidade desde a infância. Nove meses anteriores a consulta possuía 135kg mas conseguiu emagrecer 20kg e estagnou. Relata dificuldade no controle da alimentação devido a ansiedade. Alega ainda indisposição, diminuição do desejo sexual e ereção disfuncional. Possui apnéia obstrutiva do sono. Tabagista 7,5 anos.
Exame físico: PA: 130/80mmHg / peso 112,8kg/ altura: 1,75cm/ IMC: 36,8kg/m² / Percentual de gordura 34,5%. Laboratoriais: homocisteína 18,2 / colesterol total 263 / LDL 190 / HDL 44 / Triglicerídeos 155 / ácido úrico 11,8 / LH 1,8 / testosterona total 320 / estradiol 20,8. HD: obesidade grau II. Foi prescrito dieta com restrição calórica associada a atividade física, ozempic 0,25mg/semana entre a 1ª e a 4ª, seguido de 0,5mg/semana entre a 5ª e 8ª semana. Venvanse 30mg/dia. Alopurinol 100mg/dia. Após 60 dias, no retorno, paciente está com 104,8kg, IMC 34,2kg/m², PA 120/80mmHg e percentual de gordura 34,5%. Refere diminuição do apetite e compulsão alimentar, melhora da energia, libido e ereção. Novos laboratoriais com: homocisteína 14,8 / Colesterol total 240 / LDL 171 / HDL 39 / Triglicerídeos 152 / ácido úrico 9,0 / Testosterona total 580 / estradiol 30,1.
Conclusão
Com base no estudo, conclui-se que a perda de peso associada a mudança de estilo de vida é o principal tratamento para o hipogonadismo secundário à obesidade. Observa-se melhora no exame físico, na disposição, nos sintomas e qualidade de vida do paciente
Bibliografia
LIU, Yue; DING, Zhide. Obesity, a serious etiologic factor for male subfertility in modern society. Reproduction, v. 154, n. 4, p. R123-R131, 2017.
GENCHI, Valentina Annamaria et al. Adipose tissue dysfunction and obesity-related male hypogonadism. International Journal of Molecular Sciences, v. 23, n. 15, p. 8194, 2022.
VILAR Lucio. Endocrinologia clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. GEN. 2016.
Área
Clínica Médica
Instituições
Centro Universitario Fundação Assis Gurgacz - Paraná - Brasil, Instituto Freitag - Paraná - Brasil
Autores
MARIA EDUARDA DONINI DOS SANTOS