Dados do Trabalho
Título
Leptospirose no Sul do Brasil: Perfil Epidemiológico e Impacto das Catástrofes Climáticas
Introdução
Os desastres naturais que atingem as regiões do Brasil trazem risco à saúde da população, sobretudo pela leptospirose, uma doença infecciosa febril aguda cujo quadro clínico varia desde um processo oligossintomático até cenários críticos (SILVA et. al, 2022). Assim, é de grande relevância estudar a epidemiologia da leptospirose na região sul do Brasil e sua correlação com fatores climáticos. Logo, o
objetivo deste estudo é apontar o perfil epidemiológico da leptospirose na região Sul do Brasil no primeiro semestre de 2024, bem como investigar as possíveis relações entre a incidência da doença e as catástrofes climáticas ocorridas no período.
Método
Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo, de abordagem quantitativa. Foram analisados dados do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) referentes à leptospirose, no período entre 2023 a junho de 2024. A coleta foi realizada com base no número de casos confirmados e notificados, considerando as variáveis: unidade federativa, mês de notificação, sexo, faixa etária e óbitos. Ademais, os dados meteorológicos foram obtidos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET, 2024).
Resultados
Durante o período analisado, foram registrados 923 casos de leptospirose na região Sul do Brasil, representando um aumento de 53% em relação a 2023. Observou-se uma redução aproximada de 10% nos casos em Santa Catarina, enquanto no Paraná um incremento de 2,52%. Porém, o estado do Rio Grande do Sul, o mais afetado por contínuas catástrofes climáticas deste ano, destacou-se com um aumento de 59,37%. Em maio, o número de casos no Rio Grande do Sul foi sete vezes superior ao registrado em abril, sugerindo uma forte correlação com as enchentes que atingiram seu auge nesse período. Além disso, a análise revelou o predomínio de casos entre o sexo masculino (78,22%) e na faixa etária de 20 a 59 anos (76,01%) em todos os estados da região Sul. Cabe ressaltar que, do total de casos notificados, 8,34% evoluíram para óbito (BRASIL,2024).
Conclusão
Os dados revelam uma clara correlação entre as enchentes e o aumento de casos de leptospirose na região Sul do Brasil no primeiro semestre de 2024, sobretudo no estado do Rio Grande do Sul. O aumento expressivo de casos em maio, após o pico das enchentes, reforça a importância de medidas preventivas e de resposta rápida em áreas afetadas por desastres naturais.
Bibliografia
BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Tabnet. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2024.
EPIDEMIOLÓGICO, Informativo. Barriga Verde. [s.l.: s.n., s.d.].
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA (INMET). Boletim Meteorológico mensal. Brasília: INMET, 2024
SILVA, Ana Elisa Pereira et al. Tendência temporal da leptospirose e sua associação com variáveis climáticas e ambientais em Santa Catarina, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 27, n. 03, p. 849-860, 2022.
Área
Clínica Médica
Categoria
Prevalência
Instituições
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe - Santa Catarina - Brasil
Autores
AMANDA BOGORNY, ADALRI ANTONIO SABADIN, HENRIQUE RIBEIRO DOS SANTOS, LEANDRO COUTINHO INHAN, CRISTINE VANZ BORGES