Dados do Trabalho
Título
Lúpus Eritematoso Sistêmico em adolescente: Um relato de caso
Introdução
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune crônica que afeta múltiplos órgãos e sistemas. Em adolescentes, o diagnóstico e o tratamento são desafiadores, devido a períodos de remissão e exacerbação de características da doença, postergando o diagnóstico e consequentemente o tratamento adequado.
Método
Este é um relato de caso, resultante da coleta de dados de um ano de acompanhamento em Ambulatório de Alergia e Imunologia. A paciente foi assistida em centro de saúde com equipe multidisciplinar, submetida a avaliação clínica, laboratorial e de imagem.
Descrição do Caso
Paciente do sexo feminino, 17 anos, estudante, encaminhada pelo médico clínico ao ambulatório de alergologia apresentando há um ano lesões cutâneas pruriginosas difusas, mas principalmente em pálpebras, mãos, pescoço e coxas, acompanhadas de dor e edema articular em mãos e membros inferiores, refere também xerostomia, cefaléia e perda de peso de cerca de 10 Kg, além de histórico familíar de doenças reumatóides. Ao exame físico paciente apresenta rash malar, lesões hiperemiadas em região de pescoço, com fotossensibilidade, fenômeno de raynaud em mãos e pés, edema e dor em articulações interfalangeanas proximais, alopécia capilar e xerostomia. Apresentação clínica que sugeriu investigação através de exames laboratoriais, retornando com FAN reagente, de padrão nuclear e leucopenia, firmando o diagnóstico de LES. A despeito do tratamento, foi iniciado com Corticoesteroide oral e Hidroxicloroquina, associado a fotoproteção e hidratação da pele. A paciente exigiu ajustes terapêuticos pelo fato de aumento ou permanência de alguns sintomas articulares, foi instituido o esquema de Azatioprina e Hidroxicloroquina, que foram determinantes para controle total dos sintomas, mantendo boa resposta com essa associação. O acompanhamento incluiu consultas com reumatologista, dermatologista e nefrologista, além de intervenção psiquiátrica devido a sintomas de ansiedade associados. A resposta ao tratamento permitiu uma melhora significativa do quadro clínico e na qualidade de vida da paciente.
Conclusão
O manejo de LES em adolescentes é complexo, a variabilidade dos sintomas e a resposta ao tratamento requerem ajustes frequentes e enfoque multidisciplinar. A resposta ao tratamento foi positiva, embora dependente da adesão terapêutica. Logo, o acompanhamento contínuo é essencial para prevenir complicações e garantir adequado controle da doença, permitindo que a paciente desenvolva suas atividades diárias sem limitações pela doença.
Bibliografia
DYNAMED. Cutaneous lupus erythematosus (CLE). Disponível em: https://www.dynamed.com/condition/cutaneous-lupus-erythematosus-cle. Acesso em: 27 ago. 2024.
JONES, A.; CURTIS, J. R.; KAWANEEY, N. S.; et al. Belimumab for systemic lupus erythematosus. Cochrane Database of Systematic Reviews, [S. l.], n. 11, 2014. Disponível em: https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD007478.pub2/full?highlightAbstract=erythematosus%7Clupus. Acesso em: 24 ago. 2024.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/lupus-eritematoso-sistemico-les. Acesso em: 26 ago. 2024.
Área
Clínica Médica
Instituições
Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
FRANTIESCO VALGOI, Lucas Guidolin, Helio Miguel Lopes Simão