Dados do Trabalho

Título

Análise epidemiológica de internações decorrentes de Transtornos de Condução e Arritmias Cardíacas no estado de Santa Catarina de 2019 a 2024

Introdução

Os transtornos de condução e arritmias cardíacas (TCAC) são causados por anormalidades na geração e/ou na condução de impulsos elétricos. Assim sendo, uma análise das internações permite reconhecer a magnitude do problema, bem como a possível subnotificação, comparativa com outras unidades da federação, podendo orientar a necessidade ou não de direcionamento de recursos na área. O objetivo do trabalho foi delinear o perfil epidemiológico das internações decorrentes de TCAC no estado de Santa Catarina (SC).

Método

Trata-se de um estudo retrospectivo, transversal, descritivo e quantitativo envolvendo internações por TCAC. Os dados foram coletados através do Sistema de Informações Hospitalares do SUS - SIH/SUS, disponibilizado pelo DATASUS. As variáveis analisadas foram: número de internação, caráter da internação, sexo, cor/raça, faixa etária, macrorregião da internação, óbitos e taxa de letalidade, no estado de SC, pelos CID-10/I44-I49, de 2019/2 a 2024/1.

Resultados

Durante o período estudado, ocorreram 16.963 internações decorrentes de TCAC, das quais 14.246 (84%) em caráter de urgência/emergência e 2.717 (16%) eletivas, sendo 9.355 (55,1%) do sexo masculino. A população branca teve o maior número de internações (91,43%), seguida da população parda (4,60%). A faixa etária mais acometida foi de 70 a 79 anos (26,02%), seguida de 80 anos ou mais (19,54%). Das macrorregiões de saúde, a Grande Florianópolis foi a que registrou o maior número de internações (23,06%), seguida do Planalto Norte e Nordeste (16,87%). O número de óbito foi de 1.938 (11,42%), sendo semelhante entre homens (11,58%) e mulheres (11,24%). No tocante à raça, há uma maior mortalidade nos indígenas (33.33%), seguido por pretos (18,29%). Entre as faixas etárias, observamos uma maior letalidade nos menores de 1 ano (17,07%), seguido daqueles entre 1 a 4 anos (16,67%).

Conclusão

O TCAC é uma condição cardíaca importante no estado de SC, visto o número de internações, sendo a maioria em caráter de urgência/emergência, com predomínio do sexo masculino, da cor branca e das faixas etárias mais longevas, e com letalidade maior entre a população indígena e os menores de 4 anos. Portanto, torna-se imprescindível a avaliação precoce dessa população a fim de diagnosticar as TCACs de forma eletiva, evitando desfechos clínicos desfavoráveis.

Bibliografia

BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS).

BRAUNWALD, Eugene (Ed.). Braunwald: Tratado de Doenças Cardiovasculares. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.

HAIMOVICH, Julian S. et al. Frequency of electrocardiogram-defined cardiac conduction disorders in a multi-institutional primary care cohort. JACC: Advances, v. 3, n. 7_Part_1, p. 101004, 2024.