Dados do Trabalho
Título
Lúpus eritematoso sistêmico de início tardio: um relato de caso
Introdução
O Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica, de caráter autoimune e multi-sistêmica com manifestações diversas. 90% dos pacientes são do sexo feminino e em idade fértil (¹). Os sintomas mais comuns são a artralgia, fadiga, lesões cutâneas, sintomas hematológicos, renais, cardiovasculares, além de dores e edema em membros. O lúpus pode desencadear complicações como a doença renal crônica(²).
Método
Trata-se de um relato de caso, retrospectivo e observacional. Dados obtidos por meio de revisão de prontuário.
Descrição do Caso
Feminino, 73 anos, chegou ao consultório com poliartrite bilateral, há 5 anos. Possui histórico de fibrilação atrial crônica, hipotireoidismo, hipertensão e menopausa precoce, em uso de diosmina, enalapril, AAS, cálcio, levotiroxina, omeprazol e AINE frequente. Histórico familiar de artrite reumatoide (mãe).
Ao exame físico, apresentava poliartrite ativa nas mãos, punhos e ombros. Exames laboratoriais mostraram anemia (Hemoglobina 7,2g%), leucopenia (2860/mm³), linfopenia (23,65), complemento baixo (C3 63 e C4 11), anti-DNA aumentado (1/160) e FAN homogêneo (>1/640). O diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico (LES) de início tardio foi feito nesse momento e foi iniciada imunossupressão com Hidroxicloroquina e Azatioprina. Em pouco tempo do início do tratamento a paciente evoluiu com proteinúria 24h >1g, caracterizando nefrite lúpica, e também apresentava astenia pronunciada e picos hipertensivos. A paciente foi encaminhada para pulsoterapia em regime hospitalar e iniciada ciclofosfamida (CYC).
Após tratamento de indução com CYC foi realizado a terapia de manutenção com Micofelonato de mofetila, mantendo remissão renal e dos níveis de anti-DNA (1/20) desde então. Além disso, a paciente persistia com astenia, o que com o seguimento neurológico e investigação complementar evidenciou-se o quadro de miastenia gravis.
Conclusão
O caso destaca os desafios do diagnóstico de LES em uma paciente fora da faixa etária comum para a doença. A condição evidenciou a complexidade do manejo de LES em idades avançadas e a necessidade de monitoramento contínuo e ajuste do tratamento devido a complicações e condições associadas, como Miastenia Gravis.
Bibliografia
¹ANDREOLI, Thomas E. et al. Cecil medicina interna básica. In: Cecil medicina interna básica. 1991. p. 740-740.
²SOUZA, Rebeca Rosa de et al. Fatores influentes da qualidade de vida em pessoas com lúpus eritematoso sistêmico. Acta Paulista de Enfermagem, v. 34, 2021.
SOUSA, Gleidiane Alves. Complicações do Lúpus Eritematoso Sistêmico e o comprometimento da qualidade de vida. Uniceplac. 2018.
OLIVEIRA, Alana Dias et al. Lúpus Eritematoso Sistêmico: uma revisão atualizada da fisiopatologia ao tratamento. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 6, p. 24074-24084, 2021.
Área
Clínica Médica
Instituições
Unoesc - Santa Catarina - Brasil
Autores
LUCAS RESTELLI, LUCAS RESTELLI, Stephanie Pianaro de Castro, Stephanie Pianaro de Castro, Alessandro Ferroni Tonial, Alessandro Ferroni Tonial