Dados do Trabalho
Título
OCORRÊNCIA DE RÍTMO IDIOVENTRICULAR ACELERADO (RIVA) APÓS REPERFUSÃO ESPONTÂNEA SEM INTERVENÇÃO DE ANGIOPLASTIA E TROMBOLÍTICOS: RELATO DE CASO
Introdução
O ritmo idioventricular acelerado (RIVA) é um ritmo ectópico de 3 ou mais batimentos consecutivos, monomórfico, QRS maior que 120ms, com frequência entre 50 e 110 batimentos por minuto (bpm) e está frequentemente no eletrocardiograma (ECG) de pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM) após a reperfusão da desobstrução arterial.
Método
Relato de caso
Descrição do Caso
Paciente A.R.X, masculino, 46 anos, procurou atendimento médico após relatar dor torácica retroesternal pela manhã que se cessou após um episódio de tosse. Alega ter passado por dois quadros prévios similares. Dessa forma, buscou ajuda, mesmo com ausência dos sintomas anteriores, após duas horas do início do episódio da manhã. Nega febre. Na história médica pregressa, paciente previamente hígido, não faz uso de medicamento contínuo e sem diagnóstico de alguma comorbidade. Nega alergias. Ao estado geral: regular, corado, afebril, eupneico e hidratado. Por conseguinte, na unidade hospital realizou um ECG, o qual demonstrou o RIVA nas derivações V1, V2, V3 e V4 antes de realizar qualquer procedimento de reperfusão. Ausência de supradesnivelamento do segmento ST. Assim, fez se hipótese diagnóstica de infarto agudo do miocárdio prévio com reperfusão espontânea. Por conseguinte, foi administrado Ácido Acetil Salicílico (AAS) 300 mg, Clopidogrel 300 mg e Rosuvastatina 40 mg e encaminhamento para o serviço de hemodinâmica. Desse modo, foi solicitado cateterismo cardíaco o qual identificou irregularidades parietais nas artérias coronária direita e circunflexa. Ademais, apresentava lesão obstrutiva de quarenta porcento no terço médio da artéria descendente anterior (ADA), além de haver lesão obstrutiva crítica de noventa e nove porcento no terço proximal no segundo ramo marginal da ADA. Após os resultados, o procedimento de angioplastia transluminal coronariana percutânea com recanalização arterial foi solicitado para desobstrução do segundo ramo da ADA. O procedimento foi monitorado com controle angiográfico e mostrou recanalização completa com sucesso.
Conclusão
A ocorrência do RIVA após reperfusão espontânea é algo raro e provavelmente ocorreu por haver suboclusão arterial e ou possível circulação colateral. É de suma importância identificar esse ritmo ectópico no ECG para avaliar o sinal de reperfusão e se a conduta obteve sucesso após o procedimento, mesmo que seja espontânea ou através de angioplastia ou trombólise.
Bibliografia
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Área
Clínica Médica
Categoria
Transversal
Instituições
FURB - Fundação Universidade Regional de Blumenau - Santa Catarina - Brasil
Autores
LUCAS ROBERTO PEREIRA CASAROTTO, MARIA EDUARDA GUISONI ELIAS, BRUNO LUÍS PINTO MOURA