Dados do Trabalho
Título
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES HOSPITALIZADOS POR SEPTICEMIA NA REGIÃO SUL DO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2019 E 2023
Introdução
Sepse pode ser definida como uma síndrome inflamatória sistêmica frente a um processo infeccioso, levando à disfunção orgânica desequilibrada do hospedeiro ou falência de múltiplos órgãos. Por ano, essa síndrome acarreta em torno de 11 milhões de óbitos em todo o mundo, outrossim, no Brasil são apontados aproximadamente 400 mil pacientes adultos acometidos por sepse e com prevalência de ocupação de 30% dos leitos de UTI, configurando um grande desafio à saúde pública. Levando em consideração que a região Sul se destaca com altos números de hospitalizações por sepse, o seguinte estudo tem como objetivo analisar o perfil epidemiológico das hospitalizações por septicemia na região Sul do Brasil.
Método
Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e descritivo utilizando informações acerca das hospitalizações por septicemia na região Sul do Brasil no período de 2019 a 2023, segundo o CID-10 A419, mediante a coleta de dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) no Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Foram utilizadas as variáveis referentes às hospitalizações, faixa etária, sexo, cor/etnia, ano de atendimento, e óbitos. A análise descritiva dos dados possibilitou calcular as frequências relativas e absolutas para as variáveis categorizadas.
Resultados
No recorte temporal delimitado, constatou-se que o total de hospitalizações devido a septicemia no Brasil foi de 705.621 (100%), sendo a região Sul a segunda mais predominante, correspondendo a 137.790 (20%), ficando atrás apenas da região Sudeste. Dentre as unidades federativas do Sul, Rio Grande do Sul (RS) foi a predominante nos casos, totalizando 61.799 (45%), seguido por Paraná com 36% e Santa Catarina com 19%. Dentre as variáveis analisadas, infere-se que a população mais acometida por hospitalizações por septicemia no sul brasileiro, corresponde em sua maioria ao sexo masculino (52%), idosos com idade entre 70 a 79 anos (22%), e de cor/etnia branca (77%). Constatou-se também que dentre o total de pacientes hospitalizados, ocorreram 54.193 óbitos (39%) devido a septicemia na região Sul do Brasil entre 2019 e 2023.
Conclusão
Entende-se, portanto, que a septicemia configura uma notável adversidade à saúde pública da região Sul do Brasil. Ressaltando assim, a importância de estratégias para o diagnóstico precoce e a correta abordagem terapêutica, a fim de reduzir a necessidade de hospitalizações e óbitos em decorrência da síndrome.
Bibliografia
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DIA mundial da sepse: Brasil tem alta taxa de mortalidade por sepse entre os países em desenvolvimento: Diagnóstico acertado e início do tratamento na primeira hora são fundamentais. [S. l.], 13 set. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hu-ufjf/comunicacao/noticias/2023/dia-mundial-da-sepse-brasil-tem-alta-taxa-de-mortalidade-por-sepse-dentre-os-paises-em-desenvolvimento. Acesso em: 24 ago. 2024.
Área
Clínica Médica
Categoria
Transversal
Instituições
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) - Santa Catarina - Brasil
Autores
MANUELLA GOMES ANTUNES, MATTHÄUS KÜSTER DE PAULA DREER