Dados do Trabalho


Título

A importância da detecção precoce de Acidose Lática Associada a Metformina para melhores desfecho e prognóstico clínicos

Introdução

A metformina, um antidiabético oral da classe das biguanidas, indicado corriqueiramente no manejo da Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), é considerada como tratamento de primeira linha. Quando em altas concentrações séricas, pode causar o quadro de acidose lática associada a metformina (MALA). Essa condição, além de rara, é potencialmente fatal, e requer prescrição de hemodiálise precocemente pelo quadro de Insuficiência Renal Aguda1, a fim de remover a substância da corrente sanguínea, pelo fato de ser altamente hidrossolúvel. Nesse contexto, a terapia renal substitutiva enquadra-se como medida essencial, superando a eficácia do tratamento de suporte para a resolução dos quadros de MALA2,3
.

Método

Relato de caso transversal.

Descrição do Caso

Paciente masculino, 64 anos, recebido em serviço de reanimação geral proveniente de Unidade de Pronto Atendimento, com quadro de início há 5 dias de tosse produtiva, dor torácica não ventilatória-dependente. e evolução para dispneia com necessidade de uso de máscara de alto fluxo, associado a hipotensão refratária a volume e drogas vasoativas. Nega demais sintomas. No momento da admissão, apresentava-se com Escala de Coma de Glasgow (ECG) de 13, hemodinamicamente compensado com noradrenalina dose moderada e anúrico. Histórico policomórbido, a saber: hipertensão arterialsistêmica, DM2 e tratamento em curso para tuberculose. Em uso das seguintes medicações de uso contínuo: metformina 2g/dia, anlodipino 10mg/dia, enalapril 20mg/dia e amiodarona
400mg/dia. Coletados testes rápidos e hemoculturas, todos não reagentes/negativos. Em relação ao painel laboratorial, revelou creatinina 6,14mg/dL, ureia 139mg/dL, potássio 5,85mEq/L, lactato 20,8mmol/L e gasometria arterial demonstrando pH 6,6, pO2 19mmHg, pCO2 147mmHg, HCO3 - 2,2mEq/L e BE -34,5mEq/L.Prescrito hemodiálise, por 2 horas, com desfecho no dia posterior de queda sustentada da creatinina (4,45 > 2,28 > 1,89) e diurese de 8150mL, além da gasometria arterial com pH 7,38, pO2 63mmHg,
pCO2 24mmHg, HCO3 - 24mEq/L, BE -1,0mEq/L e lactato de 1,0mmol/L em ocasião de alta hospitalar.

Conclusão

Apesar de rara, a condição acima faz-se de suma importância dada a prevalência do uso dessa biguanida e a importância da suspensão precoce da medicação, bem como do quadro associado (MALA) e da prescrição de terapia renal substitutiva para melhor prognóstico.

Bibliografia

1. VALENTE, F. X. et al. Metformina e acidose láctica a propósito de um caso clínico. Revista Portuguesa de Diabetes, v. 6, n. 4, p. 177-179, 2011.
2. FIGUEIREDO, A. et al. Acidose láctica associada à metformina: um estudo retrospectivo. Revista Portuguesa de Diabetes, v. 9, n. 3, p. 112-115, 2014.
3. MAIA, Raquel; ORNELAS, Énia; CARVALHO, Ramiro. Acidose lática associada a metformina – a hemodiálise está indicada? Revista Clínica do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, v. 5, n. 1/2, p. 35-37, 2017

Área

Clínica Médica

Categoria

Transversal

Instituições

Hospital Regional de São José Doutor Homero de Miranda Gomes - Santa Catarina - Brasil, Universidade Federal de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

BARBARA MARJORIE SCHWABE, BARBARA MARJORIE SCHWABE, JOSÉ VITOR TONDO, JOSÉ VITOR TONDO, CHRISTINE ZOMER DAL MOLIN, CHRISTINE ZOMER DAL MOLIN