Dados do Trabalho
Título
Influência das temperaturas sazonais nos óbitos por Infarto Agudo do Miocárdio
Introdução
O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) constitui uma das principais causas de morte cardiovascular, sendo um problema de saúde de relevância global (Rivero et al., 2012). Estudos indicam que baixas temperaturas podem aumentar o risco de óbitos, pois o frio gera vasoconstrição, alteração nos fatores de coagulação, sobrecarga cardíaca, que elevam o risco de eventos cardiovasculares (Silva et al., 2023). O estudo analisa a influência das temperaturas sazonais na mortalidade por IAM, com a hipótese de que o número de óbitos é maior no inverno do que no verão devido efeitos do frio no sistema cardiovascular.
Método
Este é um estudo retrospectivo de coorte com o propósito de investigar a influência das temperaturas sazonais nos óbitos por IAM na região sul do Brasil ao longo de 11 anos (2012-2022), com dados de pacientes que tiveram o IAM como causa principal de óbito (CID-10 I21) extraídos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do DATASUS, comparando as mortes entre o inverno e verão. Os dados foram analisados com os softwares Microsoft Excel e PAST, utilizando médias de óbitos por 100.000 habitantes em cada estado. As referências demográficas foram obtidas do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2022).
Resultados
Após a análise estatística dos dados, foram observadas as seguintes taxas de mortalidade por IAM durante o inverno e verão: no Paraná, com uma população de 11.444.380 habitantes, as taxas de mortalidade foram de 3,95 em junho, 4,13 em julho e 3,87 em agosto. Durante o verão, os valores foram de 3,35 em dezembro, 3,17 em janeiro e 2,93 em fevereiro. Em Santa Catarina, com uma população de 7.610.361 habitantes, as taxas de mortalidade foram de 3,18 em junho, 3,27 em julho e 3,21 em agosto. No verão com 2,75 em dezembro, 2,67 em janeiro e 2,47 em fevereiro. No Rio Grande do Sul, com uma população de 10.882.965 habitantes, as taxas de mortalidade foram de 4,89 em junho, 5,01 em julho e 4,68 em agosto. No verão, as taxas foram de 3,84 em dezembro, 3,84 em janeiro e 3,38 em fevereiro. O desvio padrão variou entre 0,2 e 0,4.
Conclusão
A análise confirma a hipótese inicial de que a mortalidade por IAM é maior durante o inverno. O Rio Grande do Sul apresentou a maior prevalência de óbitos por IAM, seguido pelo Paraná e Santa Catarina. Apesar das diferenças regionais o padrão de maior mortalidade no frio se manteve elevado, destacando a necessidade de ampliar as intervenções e manejo desta patologia em saúde pública.
Bibliografia
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS – DATASUS. Informações de Saúde (TABNET). Brasília: Ministério da Saúde, 2024. Disponível em: https://datasus.saude.gov.br. Acesso em: 20 ago. 2024.
RIVERO, Alina et al. Influence of Climate Variability on Acute Myocardial Infarction Mortality in Havana, 2001–2012. Medicc Review, [S.L.], v. 17, n. 2, p. 14, 2015. Medical Education Cooperation with Cuba. http://dx.doi.org/10.37757/mr2015.v17.n2.5. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26027582/. Acesso em: 22 ago. 2024
SILVA, Camila Oliveira et al. A RELAÇÃO DAS ONDAS DE FRIO COM A INCIDÊNCIA DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) EM ITUIUTABA - MG: estudo de caso do ano de 2019. Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, [S.L.], v. 19, p. 331, 23 ago. 2023. EDUFU - Editora da Universidade Federal de Uberlandia. http://dx.doi.org/10.14393/hygeia1966999. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/hygeia. Acesso em: 22 ago. 2024.
Área
Clínica Médica
Categoria
Coorte
Instituições
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ - Santa Catarina - Brasil
Autores
VANESSA LETÍCIA CHRISTMANN, MARVIN TAKAO SHIGUEDOMI, JUNIR ANTÔNIO LUTINSKI