Dados do Trabalho
Título
Desafios da má adesão terapêutica no tratamento do Prolactinoma: um relato de caso das complicações clínicas
Introdução
Os prolactinomas são tumores secretores de prolactina da glândula pituitária, causam diversos sintomas devido ao efeito de massa ou à hipersecreção de prolactina, causando distúrbios menstruais e/ou galactorréia. O tratamento de primeira linha é com agonistas da dopamina, como a Cabergolina, para reduzir os níveis de prolactina, o volume tumoral e o efeito de massa
Método
Foi realizado um relato de caso retrospectivo, observacional e uma revisão de literatura. Utilizou-se como suporte teórico os bancos de dados eletrônicos do PubMed no mês de agosto de 2024. Os descritores usados foram: Prolactinoma, Prolactina e Complicações da Gravidez.
Descrição do Caso
Paciente T.M.S., 23 anos, foi diagnosticada com prolactinoma após investigação de amenorreia secundária e galactorreia bilateral quando tinha 16 anos. O diagnóstico foi confirmado por ressonância magnética, mostrando uma lesão hipofisária e níveis de prolactina elevados, cerca de 200 ng/mL (valor de referência: <25 ng/mL). A paciente iniciou tratamento com Cabergolina, apresentando melhora dos sintomas e redução dos níveis de prolactina. No entanto, teve baixa adesão terapêutica e descontinuou o tratamento diversas vezes. Após seis anos, a paciente engravidou de forma não planejada e interrompeu a Cabergolina. Durante a gravidez, observou-se piora dos sintomas, como cefaleia intensa e distúrbios visuais, embora os exames de imagem não
indicassem crescimento do tumor. A gestação foi de alto risco, com restrição de crescimento uterino, pré-eclâmpsia e sífilis gestacional, no entanto, o parto ocorreu sem complicações obstétricas significativas. No pós-parto, a paciente apresentou
agravamento dos sintomas neurológicos, alterações visuais, cefaleias intensas, aumento peso, galactorreia, amenorreia e aumento dos níveis de prolactina para 300 ng/mL. A Cabergolina foi reintroduzida em doses progressivas, resultando em redução dos níveis de prolactina para 50 ng/ml com melhora significativa do quadro. A paciente segue em acompanhamento clínico, agora com melhor adesão terapêutica.
Conclusão
Este caso destaca os desafios clínicos associados ao prolactinoma em uma paciente jovem, especialmente durante a gestação e no puerpério, trazendo a importância do monitoramento contínuo e do ajuste do tratamento para garantir o controle adequado dos sintomas e dos níveis hormonais.
Bibliografia
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Área
Clínica Médica
Categoria
Transversal
Instituições
UNIFEBE - Santa Catarina - Brasil
Autores
EDUARDA SOARES CERUTTI, MARCELA SOARES CERUTTI, DÉBORA ASSUNÇÃO AGUIAR