Dados do Trabalho


Título

Evolução crítica em Insuficiência Hepática Aguda: um caso de intervenção intensiva e recuperação

Introdução

A Insuficiência Hepática Aguda (IHA) é caracterizada por rápida disfunção hepática, frequentemente causada por hepatotoxicidade
medicamentosa, responsável por 60 a 80% dos casos. O dano hepático é evidenciado por elevações nas transaminases e bilirrubinas, sendo o escore MELD (Model for End-Stage Liver Disease) utilizado para avaliar a gravidade e necessidade de transplante hepático.

Método

Foi realizado um relato de caso retrospectivo, observacional e uma revisão de literatura. Utilizou-se como suporte teórico os bancos de
dados eletrônicos do PubMed e Scielo no mês de agosto de 2024. Os descritores usados foram: Insuficiência Hepática Aguda e Hepatopatia Induzida por Medicamentos.

Descrição do Caso

Paciente B.F.C.H., 38 anos, feminina, seis dias após parto cesáreo passou a apresentar disúria e dor lombar progressiva. Foi internada por pielonefrite e infecção no sítio cirúrgico da cesárea (seroma). Durante a internação, evoluiu para insuficiência renal aguda e passou a apresentar dor no hipocôndrio direito, com elevação das transaminases hepáticas, icterícia e hepatomegalia. Na tomografia apresentou sinais sugestivos de hepatite aguda. Devido a gravidade, foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ,e além da insuficiência renal aguda, passou a apresentar colecistite alitiásica, anemia e insuficiência hepática aguda. A biópsia e a correlação clínica indicaram como principal hipótese diagnóstica hepatite medicamentosa devido ao uso de Paracetamol + Fosfato de Codeína e hipersensibilidade a Amoxicilina + Clavulanato usados durante gestação. Foram realizadas algumas sorologias infecciosas e pesquisa para doenças autoimunes, sem achados significativos. Durante o tratamento apresentou falência hepática grave, chegando a apresentar bilirrubinas totais de 26,46 mg/dL (Valor referência: até 1,20 mg/dL) e o escore MELD de 60, sendo considerado transplante hepático. Após tratamento intensivo, houve melhora das funções renal e hepática, mas com descontrole pressórico persistente. Recebeu alta após 37 dias de internação, com recomendação para investigação de doenças autoimunes e acompanhamento ambulatorial.

Conclusão

A paciente apresentou um quadro clínico complexo, com progressão para insuficiência hepática aguda que quase exigiu um transplante
hepático. A intervenção rápida e o tratamento intensivo foram cruciais para a recuperação da função hepática e renal da paciente, destacando a importância de um acompanhamento cuidadoso para evitar complicações graves.

Bibliografia

LIMA, L. R. et al. Dano hepático induzido por drogas. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 104, n. 2, p. 169-176, 2015. Disponível
em: https://www.scielo.br/j/abc/a/HZH3WpKbmfbXmBvKWYyDCKQ. Acesso em: 24 ago. 2024.
SARAIVA, F. et al. Insuficiência hepática aguda. Acta Médica Portuguesa, v. 14, n. 1, p. 45-50, 2001. Disponível em:
https://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/1729/1308. Acesso em: 24 ago. 2024.
TREPICCIONE, F. et al. Renal gluconeogenesis in conditions of chronic reduction in nephron number. Frontiers in Physiology, v. 5, p.
1-12, 2014. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3953735/. Acesso em: 24 ago. 2024.

Área

Clínica Médica

Categoria

Transversal

Instituições

Unifebe - Santa Catarina - Brasil

Autores

MARCELA SOARES CERUTTI, LUIZ GUSTAVO COQUEMALA, ALEXANDRA DIMITRIA PERDONÁ