Dados do Trabalho
Título
Perfil Epidemiológico das Internações Por Desnutrição Infantil no Sul do Brasil no período de 2013 a 2023
Introdução
Desnutrição é conceituada clinicamente por uma carência ou excesso de um ou mais nutrientes essenciais segundo o Ministério da Saúde¹, apresentando-se como aguda, crônica ou energética-proteica². Nesse contexto, é caracterizada pela ingesta insuficiente de alimentos, inadequado aproveitamento funcional e biológico dos nutrientes ou excessivo gasto energético³. Condições agravantes como a realidade social, pobreza e condições ambientais corroboram com a desnutrição, principalmente na infância, correspondendo a 50% das mortes de crianças abaixo de 5 anos nos países subdesenvolvidos⁴. Diante disso, este estudo tem como objetivo descrever o perfil epidemiológico das internações causadas por desnutrição infantil na região Sul do Brasil entre 2013 a 2023.
Método
Trata-se de um estudo retrospectivo transversal descritivo de desnutrição infantil realizado através do Sistema de Informações sobre internação do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde⁵. Os dados analisados incluíram faixa etária, sexo, raça, e unidade da federação.
Resultados
O número total de internações por desnutrição infantil no período analisado foi de 6.380, sendo o ano de 2014 com maior número, representando 10,3% do total. Nota-se que em relação à faixa etária, os menores de 1 ano de idade correspondem a 69,7% das internações, seguido da faixa entre 1 a 4 anos com 21,5%, e entre 5 a 9 anos com 8,8%. Já no que tange o sexo, constata-se que o sexo masculino representa 51,8% dos casos, enquanto o sexo feminino 48,1%. Levando-se em conta a cor, indivíduos da cor branca são a grande maioria, com 70,9% das internações, seguido de pardos com 7,2%, pretos com 3,2%, e amarelos e indígenas com porcentagens menores que 3%. Entretanto, 15,8% não tiveram a cor dentificada nos dados. Ainda, o estado com maior número de internações foi o Rio Grande do Sul com 39,4, seguido do Paraná com 31,6% e Santa Catarina com 29%.
Conclusão
Os resultados deste estudo destacam a urgência de medidas integradas para reduzir as internações por desnutrição infantil no Brasil, a qual é uma doença complexa, podendo iniciar-se na vida uterina e se alastrar nos anos iniciais de vida. Assim, cuidados à saúde infantil devem ser imperativos nos serviços de saúde, com ênfase na prevenção e promoção de saúde³. Com isso, investimentos em educação pública, fomento à pesquisa científica e acesso a cuidados de saúde integrados a políticas eficazes tornam-se fundamentais para enfrentar esse desafio de saúde pública.
Bibliografia
1.BRASIL, M. da S. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção Da Saúde. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. 2019.
2.SILVA, Carina; BARBOSA, Geyse; ALMEIDA, Bruna. Desnutrição infantil e COVID-19. 2020.
3.DANTAS, Raylla Maria de Oliveira et al. Perfil epidemiológico das internações por desnutrição infantil no Brasil. 2018
4.MONTE, Cristina MG. Desnutrição: um desafio secular à nutrição infantil. J Pediatr (Rio J), v. 76, n. Supl 3, p. 285-97, 2000.
5.Banco de dados do Sistema Único de Saúde: DATASUS-TABNET. Ministério da Saúde do Brasil [Internet]. Brasília: MS.
Área
Clínica Médica
Categoria
Transversal
Instituições
Universidade do Sul de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil
Autores
LETÍCIA ENEDINA DO NASCIMENTO TORQUATO, VITÓRIA CRISTINA CONRADI, VICTOR QUARENTEI CIACCIO, JÚLIA CUNHA SERRA, INGRID THAIS BELTRAME BOTELHO