Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE TEMPORAL DA PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM MENORES DE 18 ANOS NO SUL DO BRASIL NO PERÍODO DE 2013 A 2023
Introdução
A obesidade infantil é um distúrbio nutricional pró inflamatório, com aumento no peso e no índice de gordura corporal do indivíduo. Segundo o Atlas da obesidade infantil da Organização Mundial da Saúde (OMS), até o ano de 2030, no Brasil, cerca de 22,8% das crianças de 5 a 9 anos e 15,7% dos 10 aos 19 estarão obesas. A elevação do peso corporal tem influência na cronificação de doenças como hipertensão, diabetes mellitus e problemas respiratórios.
O ganho de peso na infância pode ocorrer por diversas causas, como fatores biológicos, econômicos, psicossociais e comportamentais. Em relação a origem econômica e comportamental, o aumento no consumo de ultraprocessados e o sedentarismo cresceram nos últimos anos, assim como no período da pandemia do COVID-19.
Por isso, o estudo visa analisar o panorama da prevalência de sobrepeso e obesidade infantil nos estados do Sul do Brasil durante dez anos.
Método
Estudo retrospectivo de delineamento ecológico com análise da prevalência de sobrepeso e obesidade infantil nos estados do Sul do Brasil nos anos de 2013 a 2023, analisado a partir de banco de dados secundários do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN.
Resultados
Foi observada uma tendência de queda nas taxas de sobrepeso na faixa de 0 a 5 anos, no período de 2013 a 2023. No Rio Grande do Sul, a diminuição foi de 2,75%, com significância estatística (p = 0,018), já em Santa Catarina foi 3,08% (p = 0,027) e o Paraná com 2,81%.
A taxa de sobrepeso aumentou na faixa etária dos 5 a 10 anos, com significância estatística (p < 0,05) em todos os estados. No Rio Grande do Sul, foi de 3,89% (p = 0,003). Em Santa Catarina, o crescimento foi de 3% (p = 0,004), enquanto no Paraná a taxa subiu 4,28% (p = 0,003). No ano de 2021, as regiões atingiram as porcentagens mais altas de sobrepeso ao longo da década, sendo 21,43% no Rio Grande do Sul, 16,59% em Santa Catarina e 18,53% no Paraná.
As taxas de sobrepeso e obesidade entre 10 a 18 anos cresceram nos três estados. Sendo o Rio Grande do Sul com 43,61% no ano de 2021, Santa Catarina com 37,77% e o Paraná com 40,17%.
Conclusão
Conclui-se através do estudo um aumento no excesso de peso na população menor de 18 anos ao longo de uma década nos estados do Sul do Brasil, havendo significância estatística quanto as taxas de sobrepeso e obesidade. Tal fato tem associação com as mudanças no padrão alimentar e o aumento do sedentarismo. Por isso, medidas devem ser implementadas para promoção de saúde que motivem a população jovem e adulta.
Bibliografia
1. Campos, BTL et al. Obesidade infantil na atualidade: fatores de risco e consequências futuras. Revista Brasileira de Revisão de Saúde , [S. l.] , v. 2, pág. 5838–5845, 2023.
2. Viveiros de Castro, M. A.; de Lima, G. C.; Pinto Belfort Araujo, G. Educação alimentar e nutricional no combate à obesidade infantil: visões do Brasil e do mundo. Revista da Associação Brasileira de Nutrição - RASBRAN, [S. l.], v. 12, n. 2, p. 167–183, 2021.
3. CORRÊA, V. P, et al.O impacto da obesidade infantil no Brasil: revisão sistemática. RBONE - Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, v. 14, n. 85, p. 177-183, 17 out. 2020.
Área
Clínica Médica
Categoria
Prevalência
Instituições
Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL - Santa Catarina - Brasil
Autores
MARIANNE VIEIRA DE LIMA, Maria Luiza de Farias Bressan, Valentina Fretta Zappelini Bittencourt , Bruno Camilo da Rosa, Luiz Kuerten Neto