Dados do Trabalho

Título

ESTUDO ECOLÓGICO DE SÉRIE TEMPORAL SOBRE INTERNAÇÕES POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NA REGIÃO SUL DO BRASIL

Introdução

A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica em que o coração não bombeia o sangue adequadamente para atender às necessidades metabólicas tissulares, em decorrência de problemas estruturais ou funcionais no coração.1 E, apesar dos avanços terapêuticos, esta síndrome mantém-se como uma condição grave, afetando, no mundo, mais de 23 milhões de pessoas.2 Até o momento não há estudos ecológicos que avaliem as internações pela doença na Região Sul do Brasil, assim, propõe-se analisar as internações por Insuficiência Cardíaca nesta região no período de janeiro de 2020 a janeiro de 2024.

Método

Estudo ecológico de série temporal, descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado mediante coleta de dados do Sistema de Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS) vinculado ao DATASUS sobre as internações por Insuficiência Cardíaca na região Sul do Brasil. As variáveis analisadas foram internações, ano de atendimento, macrorregião de saúde, óbitos pelo agravo e média de permanência.

Resultados

A região Sul registrou 164.400 internações entre o período descrito. Em 2022 obteve-se o maior número, com 42.488 internações. Neste ano, o Estado do Paraná apresentou 18.696 internações, seguido pelo Rio Grande do Sul com 15.517. Já no Estado de Santa Catarina, no mesmo ano, sucederam-se apenas 8.262 internações. Ressalta-se que dentre o período analisado, este Estado permaneceu com a menor média dos 3 estados da região Sul, totalizando 30.620 internações. O Paraná apresentou 73.968 e o Rio Grande do Sul 59.812 internações. Foram notificados 18.001 óbitos pelo agravo. No mês de janeiro de 2024 ocorreram 384 mortes, e a média dos outros anos analisados foi de 4 óbitos. A média de permanência no hospital foi de 6,4 dias.

Conclusão

O ano de 2022 apresentou o maior número de internações dentre o período observado, sendo o Paraná representado por quase metade dessa soma e liderando com o maior número total de internações no período, ao mesmo passo que Santa Catarina obteve a sequência de menores números absolutos do total de internações dentre os três Estados. No entanto, é necessário considerar a população de cada estado para uma análise comparativa. Além disso, o período analisado demonstrou uma taxa de mortalidade de 10,9/100 internações e uma média de 6,4 dias de internação. Por fim, ao se tratar de um estudo ecológico quantitativo não é possível correlacionar as internações analisadas a outras variáveis relacionadas com a doença.

Bibliografia

1. Mann DL, Zipes DP, Libby P; et al. Braunwald's Heart Disease: A Textbook of Cardiovascular Medicine. 10th ed. Philadelphia: Elsevier, 2015.
2. Najafi F, Jamrozik K, Dobson AJ. Understanding the epidemic of heart failure: a systematic review of trends in determinants of heart failure. Eur J Heart Fail, v. 11, n. 5, p. 472-479, 2009.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS. Tabnet. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2024. Disponível em: https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/. Acesso em: 15 de jul. 2024.