Dados do Trabalho


Título

ESTUDO ECOLÓGICO DE SÉRIE TEMPORAL SOBRE OS CASOS DE HANSENÍASE EM SANTA CATARINA

Introdução

Causada pelo Mycobacterium leprae, a Hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica que acomete os nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféricos. Apresenta evolução lenta e progressiva, podendo levar a incapacidades físicas. Os principais sinais e sintomas incluem alterações da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil, em regiões hipopigmentadas ou avermelhadas; presença de pápulas, tubérculos e nódulos; queda de pelos e anidrose local. Assim, sendo o Brasil um país endêmico da doença, associado à falta de pesquisas quanto a sua prevalência no Estado de Santa Catarina, justifica-se este estudo com o objetivo de avaliar os casos de Hanseníase no período de janeiro de 2013 a janeiro de 2023.

Método

Estudo ecológico de série temporal, descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado mediante coleta de dados do Sistema de Epidemiologia e Morbidade do SUS (SINAN/SUS) vinculado ao DATASUS sobre os casos de Hanseníase registrados no estado de Santa Catarina. As variáveis analisadas foram macrorregião de notificação, sexo, faixa etária, forma clinica e óbitos.

Resultados

Foram notificados 587 casos de Hanseníase Tuberculóide e 1.657 de Virchowiana. O maior número de notificações ocorreu em 2016, 583 casos/ano. Houve uma prevalência maior entre maiores de 15 anos (4.786 casos) em comparação a população entre 0 e 14 anos (125 casos). O sexo masculino apresentou 2.870 casos, enquanto a feminina notificou 2.041. As macrorregiões Planalto Norte e Nordeste apresentaram 1.298 casos, enquanto a Serra Catarinense notificou 83. A Grande Florianópolis 541 casos e o Grande Oeste 1.259 casos. Ocorreram 127 óbitos durante os 10 anos analisados, sendo 2018 com maior número, 128 óbitos e o menor em 2015 com apenas 4 óbitos relacionados ao agravo da doença.

Conclusão

Houve uma prevalência significativa da doença em indivíduos com mais de 15 anos e do sexo masculino. Além disso, a forma Virchowiana foi a mais prevalente entre o período observado. A análise temporal mostra que 2016 foi o ano com maior número de notificações. As macrorregiões do Planalto Norte e Nordeste foram as que apresentaram maior incidência de casos, enquanto a da Serra Catarinense teve a menor. O número de óbitos variou ao longo do período, apresentando um pico em 2018. Esses dados enfatizam a importância de medidas de saúde pública para reduzir a incidência da Hanseníase e melhorar o controle e acompanhamento da doença em Santa Catarina.

Bibliografia

LASTÓRIA, Joel Carlos; ABREU, Marilda
Aparecida Milanez Morgado de. Leprosy: review of
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MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Secretaria de
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Doenças Transmissíveis. Guia prático sobre a
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JESUS, Isabela Luísa Rodrigues, et al. Hanseníase e
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Saúde coletiva, v. 28, n. 1, p. 143-54, 2023.

Área

Clínica Médica

Categoria

Transversal

Instituições

Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Santa Catarina - Brasil

Autores

THAYS SAROVISKY BAIEL, DAIANA LUÍSE BORSATO, CAMILA LEANDRO PEDRALLI, CARINA VITTORELLO, EDUARDA CIESLIK SCHREINER