Dados do Trabalho


Título

VALIDAÇAO DE METODO PARA QUANTIFICAÇAO DE CARBAMAZEPINA EM IMPRESSOES DIGITAIS COLETADAS EM LAMINAS DE VIDRO

Introdução

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a epilepsia é uma doença crônica que afeta 50 milhões de pessoas no mundo de todas as idades, o que a torna a patologia neuronal mais comum em escala global. A principal característica da epilepsia é a convulsão, a qual acontece de forma recorrente e imprevisível, e em função de um disparo descompensado de neurônios cerebrais. O tratamento para a epilepsia acontece de forma profilática, com o intuito de proporcionar ao paciente uma melhor condição de vida. Portanto, além da escolha do medicamento e da dose necessária para cada indivíduo, a adesão a terapia também tem grande importância na eficácia terapêutica. A não aderência da terapia com antiepiléticos está associada com efeitos clínicos adversos e aumento das taxas de mortalidade por epilepsia. Pacientes que não aderem ao tratamento possuem riscos aumentados de apresentarem crises epiléticas contínuas e, de acordo com a literatura, o percentual de não adesão a terapia com antiepiléticos em adultos que possuem epilepsia varia entre 29 e 66%. A impressão digital é muito utilizada para identificação humana, mas esta matriz também possui aplicações na área toxicológica e clínica, com o intuito de identificar se o indivíduo fez a ingestão de alguma substância. É uma matriz promissora para esta aplicação, pela facilidade de doar uma amostra, além de que os detalhes presentes na impressão digital podem ser utilizados para identificar falsificação e garantir rastreabilidade do indivíduo, além de permitir uma coleta totalmente não invasiva.

Metodologia/ Discussão

A impressão digital presente na lâmina foi extraída com 200 µL de uma mistura de metanol e acetonitrila (80:20, v/v) contendo padrões internos e transferidas diretamente para um microtubo de plástico de 5 mL. As amostras foram evaporadas a 45 ºC. Após, os extratos foram retomados com 200 uL de tampão acetato de amônio 2mM, transferidos para um vial e injetados no sistema CLAE-EM/EM. A separação cromatográfica foi realizada em uma coluna Acquity C8 (100 x 2.1 mm; 1,7 µm), com tempo de análise de 8 minutos. A validação do método seguiu a guia de validação de métodos bioanalíticos do FDA (2018). Para a validação de método do presente trabalho, avaliamos oito parâmetros, exatidão, precisão, seletividade, linearidade, limite de detecção, limite de quantificação, efeito matriz e rendimento de extração.

Marco Conceitual/ Fundamentação/ Objetivos

Ainda não foram validados métodos para a quantificação de anticonvulsivantes em amostras de impressões digitais. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é validar um método em cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas (CLAE-EM/EM) para quantificação de carbamazepina (CBZ) em amostras de impressão digital coletadas em lâminas de vidro

Resultados/ Conclusões

O método demonstrou alta sensibilidade para a detecção de CBZ em amostras de impressões digitais. O limite de detecção do método foi de 0,05 ng/digital para CBZ. A precisão intra-ensaios foi de 3,58 a 7,90%. A precisão inter-ensaios foi de 2,16 a 5,79%. A exatidão foi de 95,02 a 102,76%. Um análogo marcado isotopicamente foi utilizado como padrão interno para o analito, o que contribuiu para efeitos de matriz mínimos.

Considerações Finais

Portanto, um método simples e sensível foi validado para a quantificação de CBZ em amostras de impressões digitais coletadas em lâminas de vidro.

Bibliografia

ABOU-KHALIL, Bassel W. Antiepileptic drugs. CONTINUUM Lifelong Learning in Neurology, [s. l.], v. 22, n. February, p. 132–156, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1212/CON.0000000000000289
ADAWAY, Joanne E.; KEEVIL, Brian G. Therapeutic drug monitoring and LC-MS/MS. Journal of Chromatography B: Analytical Technologies in the Biomedical and Life Sciences, [s. l.], v. 883–884, p. 33–49, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jchromb.2011.09.041
FISHER, Robert S et al. ILAE OFFICIAL REPORT A practical clinical definition of epilepsy. [s. l.], p. 475–482, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1111/epi.12550
O’ROURKE, Geraldine., O’BRIEN, Julie Jordan. Identifying the barriers to antiepileptic drug adherence among adults with epilepsy. Seizure, v. 45, p. 160-168, 2017.
US-FDA, 2018. USFDA, Guidance fo Industry: Bioanalytical method validationUS Department of Health and HUman Service, US FDA, Center for Dug Evaluation and Resarch, Silver Spring. [S. l.: s. n.], 2018. Disponível em: https://www.fda.gov/media/70858/download.
WHO. Epilepsy. [S. l.], 2019. Disponível em: https://doi.org/https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/epilepsy.

Área

Toxicologia Forense

Instituições

Universidade Feevale - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

ISADORA RITTER MULLER, RAFAEL LINDEN, LILIAN LIZOT