Dados do Trabalho

Título

LABORATÓRIO DE PESQUISA INTERDISCIPLINAR DE GERAÇÃO FOTOVOLTAICA COM SISTEMA DE ARMAZENAMENTO NA ESCOLA POLITÉCNICA DA USP

Palavras Chave

No mundo, a indústria fotovoltaica (FV) vem apresentando um crescimento exponencial, com previsões que superam a marca de 1,0 TW em 2022 e de 1,9 TW em 2025 (SPE, 2021). No Brasil, desde a primeira regulamentação da ANEEL em 2012, o país alcançou no ano de 2020 uma capacidade instalada de 3,2 GW conectados, sendo que 2,5 GW são decorrentes de sistemas solares distribuídos de até 5 MW, despontando como um dos 10 maiores mercados mundiais entre 2019 e 2020 (REN21, 2021). Para os próximos 10 anos, de acordo com o Plano de Desenvolvimento Energético da Agência Brasileira de Pesquisa Energéticas, a energia solar FV no Brasil alcançará uma capacidade acumulada de 20,4 GW em geração centralizada e 9,8 GW em geração distribuída (EPE, 2019)
Atrelado a inserção cada vez maior da geração distribuída (GD), em 2019, um total de 745 MWh de armazenando distribuído (AD) foram instalados em 96.000 sistemas na Europa, representando um crescimento de 57% em relação à 2018. No entanto, mais de 90% desta capacidade foi adicionado em apenas 5 países: Alemanha, Itália, Reino Unido, Áustria e Suíça (SPE, 2020). No contexto internacional, o AD está sendo aplicado em larga escala nos EUA e Japão, impulsionado através de metas governamentais por meio do apoio dos mecanismos FIT (feed-in-tariff), FIP (feed-in-premium) e subsídios específicos para ações de eficiência energética em unidades consumidoras residenciais, comerciais e industriais, alinhados ao NZH (Net-zero Home) e NZB (Net-zero Building).
No Brasil, as ações de eficiência energética também resultaram na redução do consumo das instituições que desempenham um importante papel no desenvolvimento científico e tecnológico do país. De acordo com a Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação (ME, 2018) o valor total pago em 2018 por 63 universidades federais foi aproximadamente de R$ 525,6 milhões. Neste contexto, quando observamos uma das maiores universidades, neste caso a Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, também conhecida como CUASO (Campus USP de São Paulo), que possui 23 unidades de ensino, 6.990 pontos iluminação e 102 cabines primárias de medição/transformação, podemos identificar os desafios para implantar ações de eficiência energética necessárias para reduzir o consumo mensal de energia, que representa cerca de 7 GWh a um custo de R$ 3 milhões para o Estado, conforme informativo da Prefeitura do Campus da Universidade de São Paulo para o mês de outubro de 2018 (PUSP, 2018).
Diante da constatação que, em grande parte das instituições públicas, a conta de energia elétrica representa uma das maiores despesas, quando elencados todos seus itens de pagamento mensal, a ANEEL publicou em 2016 a Chamada de Projeto Prioritário de Eficiência Energética e Estratégico de Pesquisa e Desenvolvimento, buscando selecionar projetos pilotos e demonstrativos em Instituições Públicas de Educação Superior, para orientar a formulação de políticas públicas de combate ao desperdício de energia elétrica em unidades consumidoras da administração pública (ANEEL, 2016).
Em resposta a chamada publica da ANEEL e considerando que o campus da USP apresenta uma demanda com perfil e características semelhante aos consumidores comerciais das grandes metrópoles, com consumo de 10% no horário de ponta (17h30 às 20h30) e 90% consumida fora do horário de ponta (Bertin, 2020), quando o pico da demanda energética coincide com o pico da geração solar FF, este trabalho busca apresentar o projeto piloto integrado a uma edificação na Escola Politécnica do Campus da USP, um laboratório de pesquisa multidisciplinar cujos objetivos incluem demonstrar a importância das ações de combate ao desperdício de energia e incentivar a pesquisa aplicada na gestão energética e no uso eficiente e racional da energia, através da instalação de piloto com geração distribuída e armazenamento de energia.
Este laboratório multidisciplinar está inserido no projeto de P&D e EE “Estudo do Impacto de uma minigeração distribuída fotovoltaica na REDE do Campus da USP com Sistema de Armazenamento de Energia” firmado entre a Escola Politécnica da USP e ENEL, tendo a Fundação da USP (FUSP) como interveniente administrativa das entidades promotoras do projeto.

Área

Conversão fotovoltaica