Dados do Trabalho
Título
INCIDENCIA DE PLANTAS DANINHAS EM AREAS DE PASTAGENS EXTENSIVAS LOCALIZADAS EM RORAIMA
Introdução
O estado de Roraima, situado no extremo norte do Brasil, apresenta grande potencial agropecuários devidos às suas características edafoclimáticas vaforáveis ao cultivo e produção de diversas espécies agrosilvipastoris. No entanto, muitas informações de manejo ainda precisam ser elucidades, uma vez que a agropecuária praticada com o uso de tecnologias e manejo corretos ainda são incipientes. Entre as informações necessárias que ainda estão com pouca ou sem respostas, a diversidade de plantas daninhas e a supressão dessas pelo uso de pastagens carecem ser discutidas em trabalhos de pesquisa realizados em diferentes regiões do Estado. Nesse contexto, a identificação de espécies que ocorrem em áreas plantas com diferentes forrajeiras é necessária, pois esse é o primeiro passo para a melhor tomada de decisão quanto ao controle. Em se tratando de controle de plantas daninhas, vários são os métodos disponíveis às diferentes culturas, porém, antes de se determinar uma alternativa de manejo adequada, é preciso definir quais das espécies presentes são prioritárias, quais as mais abundantes e prejudiciais à cultura, para assim receber atenção especial visando à eficácia, a economicidade e a praticidade (Albuquerque et al., 2017). Nesse contexto, objetivou-ve com o presente trabalho avaliar a incidência de plantas daninhas em diferentes áreas de pastagens em Roraima, buscando identificar se o tipo de pasto suprime o aperecimento de alguma espécie.
Resumo
Com o objetivo de avaliar a incidência de plantas daninhas em diferentes áreas de pastagens em Roraima, buscando ainda identificar se o tipo de pasto suprime o aperecimento de alguma espécie, um experimento foi realizado no período de maio a junho de 2021. Foi avaliada a diversidade em números de espécies de plantas daninhas em três áreas selecionadas: 1 – área com capim braquiária (Brachiaria brizantha), 2 – área com capim mombaça (Panicum maximum) e 3 – área não plantada. Na área sem cultivo, 19 espécies de plantas daninhas foram identificadas, sendo as espécies E. indica, E. colonum, E. plana, M. pudica, B. plantaginea e S. as mais frequentes. Na área plantado com B. brizantha, dez espécies foram identificadas, das quais, a R. nervosa foi a mais predominante. Já na área cultivada com Panicum maximum, oito espécies foram coletadas, sendo as espécies: B. Plantaginea, C. prostrata e S. acuta as mais predominantes nessa área avaliada. Houve variação estatístca entre as espécies em cada área, inicando que o tipo de vegetação e/ou cultivo influencia na supressão de plantas daninhas, que neste trabalho foi mais evidenciado nas áreas com pastagem.
Objetivos
Avaliar a incidência de plantas daninhas em diferentes áreas de pastagens em Roraima, buscando ainda identificar se o tipo de pasto suprime o aperecimento de alguma espécie
Material e Método
O trabalho foi realizado na sede da Fazenda Canaã, localizada no município de Bonfim, Roraima, no período de maio e junho de 2021. Foi avaliada a diversidade em números de espécies de plantas daninhas em três áreas selecionadas: 1 – área com capim braquiária (Brachiaria brizantha), 2 – área com capim mombaça (Panicum maximum) e 3 – área não plantada. A coleta das espécies foi realizada por meio de quadrado vazados de 0,5 m x 0,5 m (0,25m2) que eram lançado aleatoriamente nas parcelas de cada área. As áreas foram divididas em quatro parcelas, onde foram contabilizadas os totais de espécies coletadas em vinte lançamentos do quadro vazado. Após a coleta das espécies de plantas daninhas em cada área, foi realizada a classificação dessas por meio de chaves de classificação taxonômicas e da literatura pesquisada. Após a classificação, as frequências de espécies daninhas de cada área foram comparadas estatisticamente. Os dados obtidos foram submetidos ao teste de normalidade de Shapiro-Wilk e de homogeneidade de variância de Bartlet, respectivamente. Como os dados não apresentaram normalidade, a quantidade de espécies foi submetida ao teste de Kruskal-Wallis e ao pós-teste Dunn. Todas as análises foram realizadas pelo Software Prisma 9.1.2 (GraphPad).
Resultados e discussão
A Tabela 1 mostra o tatal de espécies e de indívidos de cada espécie em cada área avaliada. Na área sem cultivo, 19 espécies de plantas daninhas foram identificadas, sendo as espécies Eleusine indica, Echinocholoa colonum, Eragrotis plana, Mimosa pudica, Brachiaria plantaginea e Sorghum arundinaceum, respectivamente, as que mais apareceram entre as espécies coletadas. Na área plantado com Brachiaria Brizantha, dez espécies foram identificadas, das quais, a Rhynchospora nervosa foi a mais predominante, com 416 indivíduos encontrados. Já na área cultivada com Panicum maximum cv. Mombaça, oito espécies foram coletadas, sendo as espécies: B. Plantaginea, Chamaesyce prostrata e Sida acuta, respectivamente, as mais predominantes nessa área avaliada.
Tabela 1. Diversidade e número total de plantas daninhas em diferentes áreas em fazenda de produção bovina de Roraima.
Sem Pasto
Brachiaria Brizantha
Panicum maximum cv. Mombaça
espécie
n
espécie
n
espécie
n
Brachiaria plantaginea
172
Cerastium humifusum
28
Rhynchospora nervosa
76
Byrsonima crassifólia
5
Digitaria nuda
50
B. plantaginea
539
Coussapoa asperifólia
2
M. coromandelianum
45
Chamaesyce prostrata
341
Echinocholoa colonum
645
Senna obstusifolia
17
Sida acuta
159
Eleusine indica
750
Sida acuta
52
spp.1
8
Eragrotis plana
287
Soliva pterosperma
6
spp. 2
1
Euphorbia heterophylla
4
Sorghum arundinaceum
3
Total
1161
Facelis retusa
7
spp.
11
Malvastrum coromandelianum
91
Total
723
Mimosa pudica
195
Rhynchospora nervosa
31
Sida acuta
7
Sidastrum micranthum
7
Soliva pterosperma
36
Sorghum arundinaceum
171
Stemodia maritima
14
spp.
9
Total
2536
A Figura 1 mostra as comparações de frequência das espécies encontradas na área cultivada com Brachiaria Brizantha e Panicum maximum cv. Mombaça. Para a Brachiaria Brizantha (Figura 1A), a frequência observada variou apenas entre as espécies Rhynchospora nervosa e Sorghum arundinaceum, em que a primeira foi estatistivamente mais frequente compara com a segunda. As demais espécies apresentaram vaores de frequência similares entre si.
Para o Panicum maximum cv. Mombaça (Figura 1B), a frequência observada variou apenas entre as espécies Chamaeyce prostrata e spp.2, em que a primeira foi estatistivamente mais frequente compara com a segunda. As demais espécies apresentaram vaores de frequência similares entre si.
Figura 1. Frequência de espécies daninhas encontradas em área cultivada com Brachiaria Brizantha (A) e Panicum maximum cv. Mombaça (B) em fazenda de produção bovina de Roraima.
Espécies seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste não-paramétrico de Dunn.
Já na Figura 2, são apresentadas as frequências de espécies incidentes na área sem o cultivo de pastagem. Observa-se que as espécies Echinocholoa colonum, Eleusine indica e Eragrotis plana, iguias entre si, foram estatisticamente superiores à espécie Coussopoa asperifolia. As demais espécies não apresentaram variação de frequência entre si.
Figura 2. Frequência de espécies daninhas encontradas em área sem cultivo de pastagem em fazenda de produção bovina de Roraima.
A
B
Espécies seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste não-paramétrico de Dunn.
Os resultados mostram que o tipo de vegetação, especificamente as pastagens, suprimem o aparecimento de algumas espécies daninhas. Essas informações são importates, umas vez que o conhecimento da ocorrência, da biologia e da abundância de espécies de plantas daninhas encontradas em áreas agrícolas é necessário para avaliar a eficiência dos sistemas de manejo sobre a dinâmica de crescimento e estabelecimento de comunidades infestantes com a finalidade de viabilizar o seu controle (Silva et al., 2018). Em área de soja em Roraima, por exemplo, Santos et al. (2020) identificaram a redução da composição ecológica e fitossociológica de plantas daninhas quando utilizado espaçamento de 45 cm entre plantas. Com o presente trabalho, fornece-se informações sobre as espécies de algumas plantas daninhas presentes em Roraima, e como essas são afetadas pelo tipo de pastagem cultivada.
Conclusões/Considerações Finais
O tipo de vegetação e/ou cultivo influencia na supressão de plantas daninhas, que neste trabalho foi mais evidenciado nas áreas com pastagem. Na área sem cultivo, entre todas as 19 espécies identificadas a E. indica, E. colonum, E. plana, M. pudica, B. plantaginea e Sorghum arundinaceum são as mais abundantes. Na área plantado com B. brizantha, das 10 espécies idenficadas, a R. nervosa foi a mais predominante. Na área cultivada com Panicum maximum, das 8 espécies, a B. Plantaginea, C. prostrata e S. acuta são as predominantes.
Referências Bibliográficas
incidence after soybean harvest in notill and conventional tillage croprotation systems in Roraima cerrado. Planta Daninha, v. 35, e01 71 62796, 201 7.
SANTOS, S. S.; LIRA, A. A.; ALBUQUERQUE, J. A. A.; SILVA, E. S.; MEDEIROS, R.D.; MONTEIRO NETO, J. L. L. Levantamento de plantas daninhas em soja cultivada sob diferentes espaçamentos em savana amazônica. Revista de Ciências Agrárias v. 63, 2020.
SILVA, G. F. N.; OLIVEIRA, I. J. Reconfiguração da paisagem nas savanas da Amazônia. Mercator, v. 17, e17028, 2018.
Palavras Chave
Diversidade florística, manejo do solo, Infestação.
Arquivos
Área
Grupo IX: Outras áreas de interesse
Autores
SARAH ANDRESSA DE ANDRADE CAVALCANTE, JOÃO LUIZ LOPES MONTEIRO NETO