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15/10/2021 13:40:00 Situação da Amazônia estará em debate no Congresso Brasileiro de Agronomia
Painel Agricultura, Mudança do Clima e Agrobiodiversidade ocorre no dia 21 de outubro, das 9h às 13 horas
Região que desperta grande interesse da humanidade, nos últimos anos devido ao desmatamento e às queimadas, a Amazônia será um dos temas de discussão do 32º Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA), o maior evento do segmento do País, que ocorrerá entre os dias 19 e 22 de outubro, no CentroSul, em Florianópolis.
Segundo Alfredo Homma, engenheiro agrônomo com mestrado e doutorado em Economia Agrícola, o debate sobre a Amazônia, “o tema do momento”, precisar ir além das queimadas e do desmatamento e da crescente preocupação com a sustentabilidade ambiental e os riscos impostos pelas mudanças climáticas. “A Amazônia é a região com o mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano do País, que tem baixa renda per capita. Aliado a isso, convive com o reduzido aproveitamento do potencial produtivo local”, explica o engenheiro agrônomo, que será um dos debatedores do painel “Agricultura, Mudanças do Clima e Agrobiodiversidade”, no dia 21 de outubro.
A Amazônia tem 78 milhões de hectares desmatados – superior à soma dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – e cerca de 60% desta área desmatada é de pastagens – duas vezes o Estado de São Paulo. Para Homma, não há uma solução mágica para os problemas da região. É preciso aliar o tempo e a tecnologia a um grande esforço para acabar com os desmatamentos e com as queimadas. “As pastagens duram entre 10 e 12 anos. Por isso, precisamos recuperar de 2 a 3 milhões de hectares por ano de pastagens para evitar pressão sobre a vegetação secundária e/ou floresta densa, além de investir em fiscalização e monitoramento. Senão, a expectativa é de que o desmatamento siga pelos próximos cinco ou 10 anos”, ressalta o engenheiro agrônomo.
A pecuária, ao contrário das propostas atuais, é uma atividade econômica importante, considera, mas é preciso reduzir as áreas de pasto. O engenheiro considera que uma das saídas a se perseguir é aumentar a produtividade das culturas agrícolas da região. “O Pará atualmente é o maior produtor de mandioca do País, mas colhe de 12 a 13 toneladas por hectare, frente a 25 toneladas por hectare colhidos no Paraná” exemplifica Homma, que segue informando que Mato Grosso é um dos maiores produtores de algodão, de soja, de milho e de bovinos do Brasil, que Tocantins é o terceiro produtor de arroz – fica atrás de Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por exemplo.
Além disso, é preciso uma política de desenvolvimento agrícola para a região que considere o combate à pobreza, ao garimpo ilegal, a narcoeconomia, o contrabando da flora e da fauna e a invasão de áreas indígenas. “É necessário efetuar um grande esforço de ampliação da fronteira do conhecimento científico e tecnológico, com resultados para os pequenos, médios e grandes produtores. A redução dos impactos ambientais e a geração de emprego e de renda vão depender da mudança das propostas usuais, como extrativismo vegetal, venda de créditos de carbono e atividades tradicionais, defendidas pelas organizações não governamentais e entidades externas”, explica Homma.
Segundo ele, aproveitar as áreas desmatadas com atividades produtivas mais adequadas é mais importante para o conjunto da população do que o retorno à floresta. Uma política agrícola é mais importante para resolver os problemas ambientais na Amazônia.
Sobre o Congresso Brasileiro de Agronomia
O 32º Congresso Brasileiro de Agronomia terá como tema central os “Desafios profissionais no mundo em transformação”, e tratará de assuntos relacionados à política profissional e a aspectos que afetam todo o setor produtivo e a segurança alimentar da população. Serão 14 painéis com cerca de 40 palestrantes nacionais e internacionais.
Inscrições para o congresso estão abertas
As inscrições para o 32º Congresso Brasileiro de Agronomia já estão abertas e podem ser feitas neste link (https://www.cba-agronomia.
Crédito Imagens: Divulgação