IX Congresso Catarinense de Obstetrícia e Ginecologia, IV Congresso Catarinense de Perinatologia

Dados do Trabalho


Título

HYPOSKILLIA: UMA TRISTE REALIDADE

Relato de Caso

Mulher de 47 anos, sem comorbidades,foi atendida na emergência Ginecológica e Obstétrica do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, queixando-se de dor abdominal e sangramento há 1 ano. Disse que, devido ao quadro, não tinha relações sexuais e que se viu em situações de constrangimento devido ao abundante sangramento.
No último ano, referiu ter perambulado por várias unidades de saúde e ter sido atendida por vários médicos e, lamentavelmente, em nenhum momento foi realizado um exame especular. Realizou vários exames de ultrassonografia transvaginal, que não elucidaram o caso.Na emergência, foi realizado exame ginecológico completo e visualizada de tumoração avermelhada presa ao colo uterino de aproximadamente 3 a 4 centímetros. Ao exame de toque vaginal, foi verificado pedículo fino e lesão amolecida, compatível com pólipo endometrial.A moléstia foi retirada através da ressecção de sua fina implantação em orifício de cervical e imediatamente findou-se o sangramento vaginal. O colo uterino, após a ressecção apresentava-se normal. O material foi enviado à Patologia.
O sangramento uterino anormal é uma das queixas ginecológicas mais comuns. Essa situação pode afetar negativamente os aspectos físicos, emocionais, sexuais e profissionais femininos. Muitas pacientes ficam anos sem diagnóstico definitivo que, muitas vezes, poderia ser realizado com um exame ginecológico adequado.
Hyposkillia é um termo de define uma séria “deficiência em habilidades clínicas”, definida como a incapacidade do médico em oferecer uma boa assistência aos seus pacientes. São profissionais que, embora tenham a graduação em Medicina e, quase sempre, também a residência médica, não são capazes de extrair adequadamente a história clínica dos seus pacientes, executar um bom exame físico, associar seus achados a diagnósticos pertinentes e propor uma estratégia terapêutica coerente
Esse breve relato faz refletir que, para alguns profissionais, o exame complementar, está tornando-se a base do diagnóstico e não complementando uma suspeita. Tal fato pode trazer danos a qualidade de vida das pacientes, devido a demora do diagnóstico, ou até essa poderá perder o tempo de tratamento, quando se trata de uma enfermidade mais grave como o câncer.

Área

Ginecologia e Obstetrícia

Autores

Eimi Nascimento Pacheco, Dinah Destri Duarte Zacchi, Luiz Fernando Sommacal, Renato Salermo Wilkens, Guilherme Rossi Dos Santos, Margel Pivetta Cantarelli, Maria Elizabeth Andrade Galeno Carvalho, Luciana Santos Pimentel, Alberto Trapani Jr