IX Congresso Catarinense de Obstetrícia e Ginecologia, IV Congresso Catarinense de Perinatologia

Dados do Trabalho


Título

USO DE BALAO INTRAUTERINO EM PACIENTE COM HEMORRAGIA POS-PARTO: UM RELATO DE CASO DE ATONIA UTERINA

Relato de Caso

A atonia uterina é a principal causa de hemorragia pós-parto (HPP), importante emergência obstétrica. A HPP ocorre em cerca de 6% dos partos, sendo importante causa de morbimortalidade materna. A sua abordagem diagnóstica e terapêutica deve ser precoce, a fim de garantir bom prognóstico. Este relato de caso descreve o atendimento de uma paciente multípara com hemorragia pós-parto.
Paciente de 36 anos de idade, G4PN2C1, gestação única, IG de 41 semanas, sem comorbidades, procedente de Florianópolis-SC, foi admitida na Maternidade Carmela Dutra, para indução de trabalho de parto devido idade gestacional avançada.
Parto normal assistido por equipe médica, sem intercorrências, após cinco horas em trabalho de parto, induzido com ocitocina em bomba de infusão, conforme protocolo do Ministério da Saúde. Clampeamento do cordão umbilical aconteceu em tempo oportuno. Dequitação da placenta, com membranas e cotilédones íntegros. Ao realizar revisão de canal de parto, notou-se presença de laceração de segundo grau em fúrcula, sendo realizada sutura sem intercorrências. Recém-nascido choroso, vigoroso, com Apgar 8/9.
Durante avaliação clínica, no quarto período do parto, observou-se sangramento vaginal ativo e atonia uterina. Foram realizadas diversas medidas clínicas precocemente, dentre elas: massagem uterina, dois acessos venosos calibrosos e reposição hidroeletrolítica. Frente ao caso, inicialmente optou-se pela infusão de ocitocina endovenosa (20 UI em dose de ataque e 10 UI em soro de manutenção).
Devido persistência dos sintomas, procedeu-se com aplicação de uma ampola de maleato de metilergometrina intramuscular e 800 microgramas de misoprostol por via retal, bem como a administração de ácido tranexâmico endovenoso (quatro ampolas).
No momento da reavaliação, observou-se episódio de hipotensão e taquicardia materna. Sendo assim, a paciente foi encaminhada para o centro cirúrgico a fim de realizar curetagem uterina em ambiente de monitorização contínua. Porém, não houve saída de restos ovulares durante o procedimento.
Diante da falha no controle hemorrágico, confeccionou-se um balão com sonda vesical e preservativo masculino, que foi introduzido na cavidade uterina. Utilizou-se cerca de seiscentos mililitros de soro no seu interior. Paciente apresentou melhora clínica importante após o procedimento e evoluiu bem clinicamente.

Área

Ginecologia e Obstetrícia

Autores

ISADORA GALABAROF TOTH, HUGO ALEJANDRO ACER ISKENDERIAN