Dados do Trabalho

Título

CARCINOMA DE VULVA COM COMPROMETIMENTO LINFONODAL EXUBERANTE

Relato de Caso

Paciente 69 anos, feminina, hipertensa, procurou atendimento no ambulatório de ginecologia do HU-UFSC relatando história de dor vulvar progressiva e dificuldade ao deambular há 3 meses,disúria, polaciúria e leucorreia fétida há 30 dias. Referia também diarreia e episódios de febre recentes. Ao exame físico evidenciava-se lesão ulcerada que se estendia por toda a porção inferior do terço anterior da vagina até o meato uretral, comprometendo o mesmo em sua totalidade, o clitóris estava em borda de lesão e os pequenos lábios estavam acometidos, porém aparentemente os grandes lábios foram poupados. Também se evidenciava volumoso aumento de volume inguinal à direita com diâmetro superior a 15 cm (coalescência linfonodal).Paciente trouxe também resultado de ultrassom de 12 dias antes da admissão que sugeria neoplasia vaginal com implantes nos linfonodos inguinais bilaterais.A impressão diagnóstica foi de câncer de vulva/vagina estádio IV A. Realizada biópsia da lesão cujo resultado foi carcinoma de células escamosas, invasivo, moderadamente diferenciado na amostra. Diante do diagnóstico de lesão localmente avançada, optou-se pelo tratamento em unidade de oncologia clínica e de radioterapia.
O câncer de vulva corresponde por menos de 1% de todas as neoplasias malignas do sexo feminino, portanto, é considerada uma doença rara. Estima-se que a incidência da doença seja de 1 a 2 casos a cada 100.000 mulheres por ano, com maior protagonismo nas faixas etárias superiores aos 70 anos, período no qual a incidência aumenta em até 20 vezes. Dentre os seus subtipos, o mais relevante é o Carcinoma Epidermoide (células escamosas), responsável por 85% dos casos.