Dados do Trabalho


Título

PEDOFILIA: AVANÇOS E INOVAÇOES

Introdução

A pedofilia é classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como transtorno da preferência sexual por crianças, pré-púberes ou no início da puberdade. No Brasil, segundo dados do disque 100, durante o ano de 2018 foram registradas 13.418 denúncias de violência sexual a menores (idade 0-14 anos), sendo que cerca de 70% praticados por conhecidos das crianças. Pode ser de origem idiopática ou adquirida, sendo sua prevalência em agressores do sexo masculino. O objetivo do estudo é apresentar os avanços na pesquisa de biomarcadores para o diagnóstico de pedofilia.

Metodologia

Pesquisa em bancos de dados científicos eletrônicos e em sites de instituições internacionais, com as palavras-chave: pedofilia, abuso sexual infantil, neuropsicologia, neurobiologia, neurodesenvolvimento.

Marco conceitual

É importante a atualização do médico perito diante da possibilidade de novas tecnologias que podem auxiliar o diagnóstico da pedofilia.

Resultados

A pesquisa resultou 23 artigos, dos quais 12 com texto completo. Foram analisados estudos cuja intenção era realizar classificação, diagnósticos e identificar marcadores neurobiológicos e de neuroimagem. Estudos recentes mostram avanços com o uso da ressonância magnética funcional que evidenciou anormalidades límbico-temporais estruturais e funcionais, incluindo anormalidades da amigdala e associação de pedofilia com perturbações do neurodesenvolvimento e outras síndromes, reestruturando novas teorias para a doença.

Considerações finais

A pedofilia é um transtorno parafílico incluído no Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtorno Mental, idealizado como preferências sexuais para crianças pré-púberes, juntamente com sofrimento causado pelos impulsos sexuais e / ou sexual infantil.5 É um transtorno de preocupação pública mundial devido a sua associação com crime sexual infantil e reincidência. Estudos mostram avanços com o uso de exames de neuroimagem que evidenciam alterações neurais em conjunto com avanço de estudos neuropsicológicos, abrindo caminho não apenas para atualização e visão geral, mas também uma estruturação para pesquisas futuras abordando questões mais significativas de como a pedofilia pode ser explicada. Esse conhecimento se faz necessário para estruturar-se estratégias para reabilitação terapêutica eficazes reduzindo as reincidências tão comuns nesta doença.

Bibliografia

1. Dombert B, Schmidt AF, Banse R, Briken P, Hoyer J, Neutze J et al. Quão comum é o interesse sexual auto-relatado por homens em crianças pré-púberes ? J Sex Res 2016; 53 : 214–223. [ PubMed ] [ Google Scholar ].
2. Scarpazza, C., Finos, L., Genon, S. et al. Pedofilia idiopática e adquirida como duas doenças distintas: uma visão da neuroimagem. Brain Imaging and Behavior (2021). https://doi.org/10.1007/s11682-020-00442-z.
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5. American Psychiatric Association, 5a edição- 2013.

Área

Sexologia Forense

Autores

ALICE DE CAMPOS, DANIELE MUÑOZ GIANVECCHIO, VICTOR A. P. GIANVECCHIO, VALÉRIA M. S. FRAMIL, DANIEL ROMERO MUÑOZ