Dados do Trabalho


Título

PERFIL DOS TRAUMATISMOS CRANIOENCEFALICOS NA POPULAÇAO PEDIATRICA: DADOS DE 2018 A 2020

Introdução

O trauma cranioencefálico (TCE) em pacientes pediátricos é causa de alto percentual de internações no país, com consequentes morbimortalidade. Esse estudo teve o objetivo de descrever as taxas de internações e mortalidade por TCE em crianças e adolescentes, de acordo com as regiões brasileiras, de 2018 a 2020.

Metodologia

Estudo ecológico com dados de internações sobre traumatismo intracraniano - lista de morbidade CID-10 - obtidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS – Morbidade Hospitalar do SUS por local de ocorrência, após 2008. Os dados foram analisados: Teste de Shapiro-Wilk – determinação da normalidade e testes U de Mann-Whitney, Pearson, Spearman ou Odds Ratio conforme indicações. Foi considerado significante o p valor <0,05. Análises feita pelo SPSS® versão 22.2.

Marco conceitual

O grupo masculino é relativamente mais propenso à ocorrência de TCE e com maiores chances de óbito, principalmente aqueles da região nordeste.

Resultados

: Foram analisados 23.454 dados de internações (9.253/2018, 8.731/2019 e 5.274/2020) e 836 de óbitos (306/2018, 276/2019 e 254/2020). Em todas as regiões do país, houve predominância de internações: do sexo masculino (65%; p=0,001), com chances 2 vezes maior de óbitos comparado ao feminino (OR=2,005; IC95%: 1,693 – 2,373; p<0,001); da faixa etária de 0 a 14 anos (75%; p<0,001); e de cor de pele parda (41%; p<0,001). Quando analisados por regiões, vemos que os óbitos foram significativamente maiores na Região Nordeste (p<0,001), mas sem diferença entre os sexos, e nas regiões sudeste e sul a cor de pele branca foi mais prevalente (50% e 74,9%, respectivamente; p<0,001 em ambas. Comparando os anos estudados (2018 a 2020), a taxa de óbitos
se manteve relativamente constante em todas as regiões.

Considerações finais

No estudo, tanto as internações quanto os óbitos predominaram em pessoas de cor parda, mostrando dados congruentes a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2019 em que mais de 46% da população declarou ser parda. Por questões sociais ou culturais, os homens compõem a maioria de internações por TCE e de pior prognóstico. Esses dados precisam ser discutidos nas áreas médicas e sociais, pois podem representar mortes evitáveis.

Bibliografia

1. ARAKI, T; YOKOTA H, MORITA A. Pediatric Traumatic Brain Injury: Characteristic Features, Diagnosis, and Management. Neurol Med Chir (Tokyo) v. 57, n.2, p. 82–93, 2017. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28111406/>. Acesso em: 21 de Maio de
2021.
2. ASHA. American Speech-Language-Hearing Association. Pediatric Traumatic Brain Injury. Disponível em: <https://www.asha.org/practice-portal/clinicaltopics/pediatric-traumatic-brain-injury/#collapse_1>. Acesso em: 28 de Junho de 2021.
3. IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua PNAD Contínua. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2019. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/8ff410 04968ad36306430c82eece3173.pdf>. Acesso em: 16 de Maio de 2021.
4. THURMAN, D. The epidemiology of traumatic brain injury in children and youths: A review of research since 1990. Journal of Child Neurology, v. 3, p. 20–27, 2016. Disponível em: <https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0883073814544363>. Acesso em: 01 de Maio de 2021.

Área

Traumatologia Medico Legal

Instituições

Faculdade de Medicina do ABC - São Paulo - Brasil, Universidade Nove de Julho - São Paulo - Brasil

Autores

LUAN SALGUERO DE AGUIAR, VERONICA PADUAM, ALINE REIS AMOROSO GARRIGA, RAYSSA MOURA SEGAMARCHI CHAVES, CARMEN SILVA MOLLEIS GALEGO MIZIARA, IVAN DIEB MIZIARA