Dados do Trabalho


Título do trabalho

CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM TRATAMENTO E POS-TRATAMENTO ONCOLOGICO: A RELAÇAO DA CAPACIDADE FUNCIONAL E DA QUALIDADE DE VIDA

Introdução

O câncer infantil está entre as doenças que mais causam óbitos de crianças e adolescentes no Brasil sendo, as leucemias e os linfomas (classificados como cânceres hematológicos), responsáveis por mais de 6.000 óbitos de crianças e adolescentes em 2020 segundo a OMS.Porém com o avanço dos tratamentos e pesquisas esse número está reduzindo significativamente conforme dados do INCA.Entretanto, por conta da internação prolongada, deve-se atentar aos eventos adversos oriundos das abordagens terapêuticas, que podem afetar tarefas rotineiras e a independência desses indivíduos, dificultando atividades de vida diária.

Objetivo

Verificar a relação entre a capacidade funcional e a qualidade de vida de crianças e adolescentes em tratamento e pós tratamento oncológico em um hospital de referência em oncologia infantojuvenil no estado do RS.

Metologia

Estudo transversal, quantitativo, com amostra por conveniência, aprovado pelo CEP do Hospital de referência. Foram incluídas: crianças e adolescentes, de ambos os sexos, idade entre 6 e 17 anos, diagnóstico de câncer hematológico, em tratamento oncológico, através de radioterapia, quimioterapia e/ou cirurgia, e que se encontravam internadas ou as que já haviam sido submetidas ao tratamento e atualmente estivessem realizando acompanhamento no Ambulatório de Quimioterapia. Foram utilizados como instrumentos de pesquisa: ficha de avaliação, PEDSQL, Teste do Degrau de 3 minutos (TD3) e Dinamometria.

Resultados

O estudo incluiu 31 indivíduos, em sua maioria: do sexo masculino, com diagnóstico de Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) tipo B e em fase de indução do tratamento, com média de idade de 12±4 anos. A média de força muscular foi de 59土3 pontos no Medical Research Council Score, 16,60土10,48 Kg na força de punho e 51,19±16,73 passos no TD3. Em relação à QV, ao comparar as respostas entre cuidadores e pacientes, foram encontradas correlações estatisticamente significativas em 5 domínios, variando de forte a fraca. A análise de correlação entre QV e CF variou de moderada a fraca.

Discussão

O estudo corrobora com achados de Dantas et. al. e Silva et al., ratificado pelo INCA, com uma incidência maior de cânceres hematológicos no sexo masculino e principalmente na faixa etária infantojuvenil. A LLA é o tipo mais comum deste tipo de na maioria das populações, correspondendo entre 25 e 35% de todos os tipos. A maioria dos pacientes estava na fase de indução do tratamento, o que pode explicar as poucas alterações musculoesqueléticas encontradas, embora com uma redução de força muscular global, refletindo na redução da força de preensão palmar e no número de passos do TD3. A significância estatística na análise da QV, entre responsáveis e pacientes, variando entre forte à fraca, representa um possível alinhamento entre a percepção dos mesmos.

Conclusão

Nosso estudo evidenciou associação positiva entre os domínios QV e CF, desempenhando papel importante na abordagem integrativa de crianças e adolescentes com câncer hematológico.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

oncologia, qualidade de vida, dinamometria manual, força muscular, aptidão física

Área

Estudo transversal (ou seccional)

Instituições

ISCMPA - Rio Grande do Sul - Brasil, UFCSPA - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

LUCIANE DALCANALE MOUSSALLE, Joana de Lima Goes, Fernanda Trindade De Souza