Dados do Trabalho


Título do trabalho

Efeito de um programa de ginástica laboral na unidade de terapia intensiva pediátrica de um hospital universitário: um estudo não controlado

Introdução

O Ministério da Saúde criou em junho de 2001 o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar, com objetivo principal de promover a humanizaçâo na área da saúde visando a qualidade de vida do trabalhador. Muitos estudos têm demonstrado o comprometimento da saúde dos profissionais que trabalham em hospitais, geralmente relacionados às exigências físicas, mentais e psíquica. A Organização Mundial da Saúde (1985) inclui a enfermagem entre as categorias profissionais de maior risco.

Objetivo

O objetivo primário deste estudo foi avaliar o impacto da prática de um programa de ginástica laboral durante a jornada de trabalho na dor musculoesquelética dos profissionais da área de saúde da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) de um hospital universitário.

Metologia

Trabalho aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa do Hospital Universitário da USP (HU-USP), com o número: Foram recrutados profissionais de saúde da UTIP do HU-USP. A intervenção foi realizada 3 vezes por semana, uma sequência de exercícios por 20 minutos no turno de trabalho, supervisionados por 2 fisioterapeutas, e teve duração de 1 mês. Aplicou-se a escala analógica (EVA) de dor (0 à 10) para cada segmento corporal, antes e após o período de intervenção. A descrição das variáveis foi feita por média (desvio padrão), mediana (1º-3º quartis) ou valor absoluto (porcentagem). A pontuação da EVA pré e pós intervenção foi comparada pelo teste de Friedman (significância estatística = 0,05).

Resultados

A amostra foi de 23 profissionais, com idade média de 42,6 (7,86) anos, 95,6% do sexo feminino, 47,8% eram profissionais de enfermagem. A maior parte (91,3%) da amostra apresentavam dor crônica (60,9% com dor na região do pescoço e 69,6% na coluna lombar). Houve diminuição na mediana da pontuação da EVA de dor em região cervical [pré intervenção = 2 (1-2), pós intervenção = 1 (1-2), p=0,008], sendo que 38,9% dos indivíduos relataram melhora álgica no pescoço, e em região dorsal [pré intervenção = 2 (1-2), pós intervenção = 1 (0-2), e 36,8% dos sujeitos relataram melhora álgica nesta região. Para a região lombar, embora tenha sido encontrada diferença estatisticamente significativa, foi considerada ausência de diferença clinicamente significativa, pois não houve diferença na mediana da pontuação da EVA. Para os outros segmentos corporais não foi encontrada diferença entre os períodos pré e pós intervenção.

Discussão

Algumas empresas constataram os resultados satisfatórios após a implantação de programas de ginástica laboral, sendo a diminuição do número de afastamentos por doenças ocupacionais, aumento na produtividade e qualidade dos serviços os principais. Os nossos resultados foram de encontro a literatura, sugerindo que 1 mês de intervenção reduziu a dor, melhorando a qualidade de vida dos profissionais de saúde no âmbito intra-hospitalar.

Conclusão

A prática da ginástica laboral durante a jornada de trabalho tem impacto direto na qualidade de vida dos profissionais de saúde.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Ginástica laboral, humanização, lesão por esforço repetitivo (LER/DORT), exercícios compensatórios.

Área

Estudo de caso-controle

Instituições

Hospital Universitário da Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Lilian Aparecida Yoshimura, Leda Silveira, Dennis Soares