Dados do Trabalho
Título do trabalho
SWYC E TELEMONITORAMENTO: AVALIAÇAO DE RISCOS EM PREMATUROS COM HISTORICO DE HEMORRAGIA PERI-INTRAVENTRICULAR E VULNERABILIDADE SOCIO-ECONOMICA
Introdução
O nascimento prematuro predispõe à riscos, como a Hemorragia Peri-Intraventricular (HPIV). Graus leves de HPIV podem impactar o desenvolvimento a longo prazo. É imprescindível a avaliação e acompanhamento dessa população, para identificar desvios no desenvolvimento e, realizar intervenções precocemente. Destaca-se ainda, dentre esses bebês a vulnerabilidade socioeconômica e a dificuldade de acesso à saúde, potencializando o risco. O Survey of Wellbeing of Young Children (SWYC) é simples e acessível. Amplia o olhar sobre o desenvolvimento infantil, integrando informações sobre o comportamento e contexto familiar.
Objetivo
Avaliar a viabilidade de rastrear riscos para o desenvolvimento nos primeiros 2 anos em prematuros (PT) que apresentaram HPIV durante a UTIN, via telemonitoramento.
Metologia
Estudo longitudinal de coorte retrospectiva, com PT nascidos entre 01/2019 à 06/2021, com muito baixo peso ou Idade Gestacional<32 semanas e seis dias, admitidos na Maternidade Escola Januário Cicco, referência para gestação de alto risco no Rio Grande do Norte. Pós-alta hospitalar (11/2021 à 03/2022), o SWYC e o Critério de Classificação Econômica Brasil (ABEP) foram aplicados via telemonitoramento.
Resultados
Dos 404 PT admitidos na Maternidade, 284 foram elegíveis. 75 responsáveis foram contatados, 62 concordaram em participar, e 37 preencheram os formulários. Destes, 15 PT compuseram o G1 (HPIV) (73,3% - graus I-II; 26,7% graus III-IV) e 22 G2 (controle). Os grupos foram homogêneos quanto às variáveis maternas, pré-natais, perinatais e neonatais (p>0,05). No SWYC, 77,1% dos pais relataram preocupação com o desenvolvimento/aprendizado dos PT. Em relação aos riscos de alterações comportamentais, 15 PT foram identificadas com risco (G1 46,7% (7) / G2 53,3 (8)). 9 crianças apresentaram risco para TEA (G1 55,5% (5) / G2 44,5% (4)). Passavam por situação de insegurança alimentar 43%, 46,7% (grupo HPIV) e 53,3% (controle). Predominou o baixo nível de instrução dos responsáveis: Analfabetos e que não conseguiram concluir o ensino fundamental I (14%), concluído o ensino fundamental I e II (54%), somadas as taxas (68%) não haviam concluído o ensino médio. Na classificação socioeconômica, classes sociais com menor poder aquisitivo (C2 e D-E) se sobressaíram (G1 87,5%; G2 79%) (G1:C2 62,80%; D-E 24,70% / G2:C2 45,70%; D-E 33,30%).
Discussão
A homogeneidade da amostra deve-se ao perfil da instituição - serviço público, referência para gravidez de alto risco do estado. A dificuldade de contato telefônico dificultou o seguimento do bebê e justificou a pequena amostra. A aplicação do SWYC via telemonitoramento foi viável, permitiu identificar riscos e pode favorecer a reorientação do fluxo de seguimento presencial dos lactentes, imprescindível no período de pandemia.
Conclusão
O SWYC é um instrumento de rastreio viável para telemonitoramento. Nossos dados sugerem que a HPIV não representa um fator determinante para atraso no desenvolvimento, portanto, todos devem ser monitorados nos primeiros meses de vida.
Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)
Desenvolvimento Infantil; Fisioterapia; Unidades de Terapia Intensiva Neonatal; Telemonitoramento.
Área
Estudo de coorte
Categoria
Fisioterapia Neurofuncional
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN - Rio Grande do Norte - Brasil
Autores
PERSIDA GOMES DE SOUZA ROCHA, ISABEL DE SOUSA MEDEIROS, Ingrid Fonseca Damasceno Bezerra , Silvana Alves Pereira, Carolina Daniel de Lima Alvarez