Dados do Trabalho

Título do trabalho

CORRELAÇAO ENTRE AUTOIMAGEM GENITAL E DESEJO SEXUAL EM MULHERES COM DISFUNÇOES DO ASSOALHO PELVICO

Introdução

As disfunções do assoalho pélvico (DAP) afetam a qualidade de vida e a função sexual (FS) das mulheres, resultando em evasão social, comportamentos limitantes, sentimentos de vergonha e inadequação, além de baixa autoestima. Elas podem apresentar desejo sexual diminuído, levando a pior autoimagem genital (AIG). Mulheres com incontinência urinária (IU), incontinência anal e prolapso de órgão pélvico (POP), por exemplo, também apresentam alterações na AIG e no domínio desejo.

Objetivo

Correlacionar a AIG e o desejo sexual em mulheres com DAP.

Metologia

Estudo transversal realizado com mulheres adultas, sexualmente ativas nas últimas quatro semanas. Utilizou-se o Pelvic Floor Distress Inventory (PFDI-20) para determinar mulheres com sintomas de DAP. Para avaliar FS, foi utilizado o Female Sexual Function Index (FSFI) e para avaliar AIG utilizado o Female Genital Self-Image Scale (FGSIS). Os instrumentos foram aplicados com entrevista individual. Realizada estatística descritiva e inferencial. Foi adotado nível de significância de 5%.

Resultados

Foram avaliadas 163 mulheres. Houve correlação fraca entre a AIG e a FS em mulheres com DAP. A AIG correlacionou-se de forma fraca com a FS, sendo que 5,61% da variação da AIG pode ser explicada pela FS. Ao correlacionar a AIG e o domínio desejo da FS, houve correlação fraca com o desejo (rho= 0,294), de modo que quanto pior o desejo também é pior a AIG. O desejo explicou em 8,64% a variação da AIG.

Discussão

Foi possível observar que a mediana do desejo (3,6) foi menor do que o valor de referência proposto em outro estudo, apontando que a FS está alterada nas mulheres com DAP. O domínio desejo da FS, em mulheres com POP, que apresentaram disfunção sexual foram significativamente afetados na AIG. É possível observar que a relação entre sintomas urinários e disfunção sexual, confirma que a IU afeta negativamente o desejo sexual da mulher.

Conclusão

Conclui-se que houve correlação fraca entre a AIG e o desejo sexual em mulheres com DAP. Sabendo disso, quanto pior o desejo se também foi pior a AIG. Desta forma, conhecendo como acontecem essas alterações nas mulheres com DAP, será possível aos profissionais avaliar e tratar as diferentes alterações, possibilitando melhora na qualidade de vida nessas mulheres.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Fisioterapia; distúrbios do assoalho pélvico; autoimagem genital; mulheres.