Dados do Trabalho


Título do trabalho

ANALISE DE CORRELAÇAO ENTRE OS NIVEIS DE DOR E DE CAPACIDADE FUNCIONAL COM A CINEMATICA, ATIVAÇAO E TORQUE DOS ABDUTORES DO QUADRIL EM MULHERES COM DOR PATELOFEMORAL

Introdução

A dor patelofemoral (DPF) é relatada como dor na região anterior do joelho, agravada por atividades como agachar, correr, saltar e deambular em escadas. Como estratégia para prevenir a dor, muitos pacientes passam a evitar tais atividades e declinam a sua capacidade funcional. Por efeito, a fraqueza dos abdutores do quadril, descrita como colaboradora desta disfunção por influenciar a artrocinemática patelofemoral, pode ser acentuada e favorecer a cronificação da doença.

Objetivo

Verificar se existe relação entre os níveis de dor e de capacidade funcional com a cinemática do quadril, a ativação e o torque dos abdutores do quadril em mulheres com DPF.

Metologia

Trinta mulheres com DPF (idade= 21,27 ± 3,40 anos) responderam às Escalas Visual Analógica e de Dor Anterior do Joelho para avaliar a capacidade funcional e a intensidade dor, respectivamente. Em seguida, executaram o teste de descida do degrau e a contração isométrica voluntária máxima para determinar o ângulo frontal da pelve/ativação do glúteo médio e o pico de torque abdutor do quadril, respectivamente. Foram aplicados os testes de Pearson e Spearman (p < 0,05).

Resultados

A intensidade da dor mostrou correlação significativa e baixa com a ativação do glúteo médio (r= 0,362, p= 0,049). O nível de capacidade funcional mostrou correlação significativa e baixa com o torque abdutor do quadril (r= 0,380, p= 0,038). Não foram identificadas outras correlações significativas. Assim, quanto maior a dor, maior é a ativação do glúteo médio no teste de descida do degrau e quanto menor a capacidade funcional, menor é o pico de torque abdutor do quadril.

Discussão

Os abdutores do quadril controlam a adução e a rotação medial desta articulação durante a descida do degrau. É possível que a diminuição do torque deste agrupamento resulte no aumento do valgo dinâmico do joelho, comumente observado em mulheres com DPF, com consequente sobrecarga patelofemoral, aumento da dor e piora funcional. Ainda, o controle de movimentos mais amplos do quadril poderia resultar no aumento da ativação do glúteo médio e justificar a sua relação com o nível de dor.

Conclusão

A dor e a capacidade funcional, principais desfechos clínicos da DPF, estão relacionados com a ativação e a força dos abdutores do quadril, respectivamente, e não mostraram relação com a cinemática frontal da pelve em mulheres com DPF.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Joelho, quadril, desempenho físico, dinamômetro de força muscular, eletromiografia.

Área

Estudo randomizado

Instituições

Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP - São Paulo - Brasil

Autores

VITORIA LIESSE, JULIANA IMADA GERALDO, MARCELO TAVELLA NAVEGA, ÂNGELA KAZUE MORITA