Dados do Trabalho
Título do trabalho
Efeitos da posição corporal invertida na pressão arterial
Introdução
A inversão corporal é o oposto da postura ortostática normal, que o homem adquiriu ao longo da evolução humana, portanto gera várias adaptações sistêmicas para superar os efeitos da gravidade alterada1. Ela é usada como forma de terapia física desde os tempos antigos, através da yoga e técnicas de suspensão de Hipócrates2,3,4,5,6. Apesar da prática da inversão ser comum em atividades terapêuticas7,8,9,10,11,12,13,14,15,16, desportivas17,18,19,20 e laborais21,22 poucos estudos verificam os riscos cardiovasculares desta postura.
Objetivo
Este estudo visa verificar na literatura os efeitos na pressão arterial da posição totalmente invertida na mesa inversora em adultos saudáveis.
Metologia
Para alcançar os objetivos fez-se uma revisão de literatura de ensaios clínicos randomizados publicados desde 1980-2023, que envolvam a mensuração da variação na pressão arterial antes, durante e/ou após a posição invertida a 90 graus em relação a posição deitada na mesa inversora. Este recurso foi selecionado, pois envolve menos esforço físico e ansiedade que poderiam alterar os parâmetros avaliados. Foram incluídos nessa revisão os estudos que avaliaram somente adultos saudáveis.
Resultados
Foram incluídos cinco ensaios clínicos no estudo. A idade dos indivíduos variaram de 18-60 anos de ambos os sexos. O tempo de exposição a inversão variou de 2,5 até 20 minutos. Quatro trabalhos observaram aumento significativo da pressão arterial média em relação a posição em pé, que retornou imediatamente após a intervenção, independentemente do tempo de exposição. Um estudo observou redução significativa da pressão arterial sistólica e somente nos indivíduos entre 40-60 anos redução da pressão arterial diastólica.
Discussão
Os estudos avaliados apresentaram resultados contraditórios, talvez justificado pelas diferentes formas de fixação dos indivíduos na posição invertida pelos tornozelos ou tornozelos e quadris. Estudos na posição invertida, mas em um aparato com o quadril flexionado mantiveram essa mesma contradição no qual quatro9,23,24,25 estudos geraram aumento da pressão arterial média e dois21,22 estudos baixaram. Outra variação importante é em relação ao tempo de exposição que pode interferir nos desfechos.
Conclusão
Conclui-se a necessidade de mais estudos dessa postura, bem como o tempo e forma de exposição, para garantir a segurança da prática e a exploração de seus benefícios.
Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)
Inversão, hipertensão, risco
Área
Revisão bibliográfica
Categoria
Fisioterapia Musculoesquelética
Instituições
UDESC - Santa Catarina - Brasil
Autores
AMANDA CRISTINA BRAZ DE SOUZA, Michelle de Aguiar Zacaria, Tatiana Lima Boletini, Hélio Roesler