Dados do Trabalho


Título do trabalho

Medida de independência funcional na alta hospitalar após traumatismo cranioencefálico grave: um estudo prospectivo observacional

Introdução

Traumatismo Cranioencefálico é a principal causa de incapacidade e limitação nas atividades de vida diária na população jovem no Brasil e no mundo. Sua elevada prevalência, impacto funcional e socioeconômico, demanda de serviços médicos e de reabilitação o tornam um desafio de saúde pública. A avaliação do desfecho no momento da alta da alta hospitalar é crucial para o planejamento da reabilitação, direcionamento de recursos e serviços adicionais necessários.

Objetivo

Investigar o nível de independência funcional na alta hospitalar após TCE grave e fatores que podem estar associados com esse desfecho.

Metologia

Trata-se de um estudo observacional, prospectivo, do tipo coorte, realizado no Hospital de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória, Espírito Santo. Todos os pacientes acima de 18 anos, admitidos entre maio de 2021 a julho de 2022 foram incluídos no estudo. Os indivíduos foram avaliados através da Medida de Independência Funcional (MIF) no momento da alta hospitalar. Os dados somente foram coletados após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Resultados

Ao total, 190 pacientes foram incluídos no estudo. A média de pontuação na MIF foi de 62,1. A idade média geral foi de 43.5 anos, 86.8% eram do sexo masculino e a maioria dos traumas ocorreram devido queda (37.4%). Indivíduos que pontuaram >108 na MIF apresentam maior idade, nível de severidade do trauma, tempo em ventilação mecânica e dias de internação hospitalar, sugerindo que essas variáveis podem ser preditores em potencial de nível de independência na alta hospitalar após TCE grave.

Discussão

Este é o primeiro estudo a investigar o nível de independência funcional na alta hospitalar após TCE grave através da Medida de Independência Funcional (MIF) no Brasil. Enquanto o perfil sociodemográfico desses indivíduos e as variáveis associadas ao desfecho funcional foram semelhantes a estudos prévios, o nível de recuperação foi consideravelmente baixo comparado a outros estudos que avaliaram independência funcional após TCE grave na alta hospitalar.

Conclusão

Os indivíduos com TCE grave tiveram desfecho funcional desfavorável com um grau elevado de dependência de terceiros na alta hospitalar. Acidentes de trânsito, quedas e violência são causas comuns de TCE grave, reforçando a necessidade de medidas preventivas. Pacientes com pontuações mais altas na MIF (>108) tendem a ser mais velhos, apresentar maior gravidade do trauma, tempo em ventilação mecânica e dias de internação, sugerindo a influência desses fatores na recuperação funcional.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Traumatismo cranioencefálico, funcionalidade, independência, avaliação.

Área

Estudo de coorte

Categoria

Fisioterapia Neurofuncional

Instituições

Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil, Universidade Federal do Espírito Santo - Espírito Santo - Brasil

Autores

PEDRO HENRIQUE ANDRADE ZANON, JÉSSICA VAZ GONÇALVES, PEDRO HENRIQUE CASSARO LÍRIO, THAÍS SILVA RODRIGUES, CARLA BERNARDO LOUZADA, LARISSA CUNHA SILVA SANTOS RAMOS, FERNANDO ZANELA SILVA ARÊAS