Dados do Trabalho


Título do trabalho

INDIVIDUOS POS-AVC POSSUEM MOVIMENTO LENTO E COM BAIXA EFICIENCIA EM TAREFA DE TRANSPORTE COM MEMBRO SUPERIOR: ESTUDO OBSERVACIONAL

Introdução

A literatura prévia possui ampla evidência sobre o desempenho de indivíduos pós-AVC em tarefas de apontar, alcançar-pegar e beber. A literatura reporta que os indivíduos pós-AVC com comprometimento motor possuem maior lentidão no movimento, menos amplitude e maiores compensações em comparação à população saudável. Contudo, as tarefas de transporte de objetos não são investigadas na literatura e possuem características biomecânicas distintas das tarefas citadas pela literatura.

Objetivo

Comparar o desempenho dos indivíduos pós-AVC sobre os parâmetros cinemáticos do membro superior em uma tarefa de transporte de caneca de alça aberta em relação à indivíduos saudáveis.

Metologia

Participaram do estudo 18 indivíduos pós-AVC e 15 saudáveis. A tarefa de transporte da caneca sobre uma mesa foi realizada pelo lado afetado e não-afetado dos indivíduos pós-AVC e, pelo lado dominante dos saudáveis. As variáveis cinemáticas foram coletadas em um sistema 3D (Optotrak) e analisadas em software (LabView). Foi avaliado o pico de velocidade, tempo de movimento, índice de curvatura e acurácia. ANOVA de uma via com post-hoc de Bonferroni foi usada para comparar os membros.

Resultados

Os indivíduos pós-AVC apresentaram maior tempo de movimento (afetado: 1730±637ms, p=0,000; não-afetado: 1626±482ms, p=0,002) e menor pico de velocidade (afetado: 0,29±0,07m/s, p=0,005; não-afetado: 0,29±0,06ms, p=0,003) em ambos os lados comparados aos saudáveis (988±213ms e 0,37±0,07m/s, respectivamente). O lado afetado (1,46±0,2ic, p=0,006) foi menos eficiente que o indivíduo saudável (1,26±0,1ic). Não houve diferença entre os membros para a acurácia.

Discussão

Em nossa revisão, este é o primeiro estudo que analisa os parâmetros cinemáticos em uma tarefa de transporte entre o membro afetado e não-afetado de indivíduos pós-AVC em comparação com as pessoas saudáveis. Os resultados demonstram maior lentidão na tarefa de transporte em ambos os lados da pessoa pós-AVC, contudo não houve diferença na acurácia. De forma complementar, apenas o lado afetado em indivíduos pós-AVC foi menos eficiente na tarefa de transporte em comparação aos saudáveis.

Conclusão

Os resultados sugerem que a pessoa é mais lenta em ambos os braços após um AVC, mas preserva sua acurácia. A eficiência é preservada sobre o lado não-afetado, o que pode determinar a preferência de uso por esse membro nas tarefas diárias. Faz-se necessário investigar em estudos futuros a relação dos parâmetros avaliados com a preferência e o uso do braço em tarefas diárias pelos indivíduos pós-AVC.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

acidente vascular cerebral; membro superior; hemiparesia; cinemática.

Área

Estudo transversal (ou seccional)

Instituições

UDESC - Santa Catarina - Brasil

Autores

LETICIA YOLANDA SILVA