Dados do Trabalho
Título do trabalho
RASTREAMENTO DE DISFUNÇOES DO ASSOALHO PELVICO E CONHECIMENTO SOBRE AS OPÇOES TERAPEUTICAS EM MULHERES ATIVAS LABORALMENTE
Introdução
As disfunções do assoalho pélvico (DAP) abrangem uma ampla variedade de condições inter-relacionadas, que incluem prolapso de órgãos pélvicos, incontinências urinárias e distúrbios evacuatórios e sexuais. Em razão de os fatores de risco e os mecanismos fisiopatológicos serem similares, não é incomum que severas DAP coexistam no mesmo paciente e repercutem negativamente nas atividades diárias, interação social e bem-estar incluindo problemas sexuais, isolamento, baixa autoestima e depressão.
Objetivo
Rastrear e a caracterizar as DAP em mulheres ativas física ou economicamente, assim como o nível de conhecimento sobre as opções terapêuticas nessa área.
Metologia
Pesquisa observacional transversal, descritiva e analítica, desenvolvida de acordo com as diretrizes STROBE. A amostra foi composta por funcionárias de um hospital, universidade e uma escola, avaliadas com instrumento de rastreio para as DAP e questionário semiestruturado, sobre as opções terapêuticas. A análise estatística deu-se por testes não paramétricos com post-hoc Bonferroni. Todos os procedimentos estatísticos foram executados adotando nível de significância em p ≤ 0,050.
Resultados
191 mulheres, 83,8% referem dor ou desconforto no sexo, 20,45% frequência aumentada, 14,7% perda de urina e 13,1% urgência. Houve associação entre frequência e escolaridade (p = 0,049), urgência e postura (p = 0,031), e a perda com a idade (p = 0,013) e com a postura (p = 0,13). A dificuldade para evacuar foi associada com o sedentarismo (p = 0,019). A escolaridade foi associada com conhecimento da localização do assoalho pélvico (p = 0,017), e do tratamento de perdas urinárias (p = 0,032)
Discussão
Por se tratar de rastreio, os achados mais relevantes referem-se ao fato de que duas das quatro maiores prevalências de DAP – dor ou desconforto no sexo, e perda de urina associada à atividade física não apresentaram associação estatística e se distribuíram de forma similar em todos os grupos, o que alerta para o fato de que são encontradas em qualquer faixa etária. O conhecimento do próprio corpo e das opções de tratamento foram mais evidentes nas mulheres com escolaridade mais elevada.
Conclusão
Os dados observados neste estudo denotam a elevada prevalência de disfunções do assoalho pélvico e as associações com escolaridade, faixa etária, postura profissional e a não prática de exercícios físicos, além do escasso conhecimento a respeito da fisioterapia como opção terapêutica. Por fim, as variáveis com prevalências de conhecimento acerca da possibilidade de tratamento por meio da fisioterapia também tiveram as maiores prevalências de DAP, demonstrando um possível hiato nesse sentido.
Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)
Assoalho pélvico Distúrbios do assoalho pélvico. Fisioterapia.
Área
Estudo transversal (ou seccional)
Categoria
Fisioterapia em Saúde da Mulher
Instituições
Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC - Santa Catarina - Brasil
Autores
GISELE CANAL MASIERO, EDUARDA SCHNEIDER RASCH, ESTHER DALLA SANTA PETROLLI , VALÉRIA CRISTINA DEMENECK, CHRYSTIANNE BARROS SARETTO