Dados do Trabalho


Título do trabalho

ANALISE DO DESFECHO CLINICO A LONGO PRAZO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SUBMETIDOS A DIFERENTES PROGRAMAS DE REABILITAÇAO APOS CIRURGIA HEMISFERICA (HEMISFEROTOMIA) PARA TRATAMENTO DE EPILEPSIA REFRATARIA

Introdução

A epilepsia é o distúrbio neurológico infantil mais comum, sendo a administração de drogas antiepilépticas a principal forma de tratamento. A epilepsia extratemporal é mais comum em crianças, sendo uma proporção considerável de casos hemisféricos. Para tais pacientes, quando farmacorresistentes, a cirurgia de desconexão hemisférica constitui uma das intervenções mais eficazes. No entanto, a literatura carece de estudos de coorte apresentando os aspectos clínicos destes pacientes a longo prazo.

Objetivo

O objetivo deste trabalho é investigar o panorama clínico pré-cirúrgico e atual, em indivíduos acometidos por epilepsia hemisférica resistente a medicamentos que foram submetidos à cirurgia de hemisferotomia após, no mínimo, 10 anos.

Metologia

Foram selecionados pacientes que realizaram a hemisferotomia no HCFMRP-USP entre 1996 e 2013 e excluídos da amostra aqueles que vieram a óbito ou não foram encontrados. Dos pacientes contactados, foram coletados dados pessoais e clínicos sobre o período pré cirurgia e atualmente, pelo menos 10 anos após, e assim. Os dados foram analisados e expostos em média ± desvio padrão.

Resultados

Dos 24 pacientes contactados, Rasmussen foi a condição prevalente descrita em
33% dos casos. A idade média de início das crises foi de 2,6±2,5 anos, de realização da
cirurgia de 7±4,3 anos e o tempo de evolução da epilepsia foi de 4,2±3,7 anos. Antes da
cirurgia, 58% dos pacientes apresentavam uma quantidade incontável de crises, tomando
uma média de 3.4±0,8 tipos de drogas antiepilépticas (DAE). Atualmente 62% não
apresentaram mais crises e, 40% não utilizam nenhuma DAE, os que ainda a utilizam,
apresentam uma média de 1,7±1,3 tipos.

Discussão

Os pacientes apresentam um tempo médio grande e desigual de evolução das crises epilépticas, relatando dificuldade no encaminhamento ao serviço adequado. No entanto, a quantidade média de DAEs receitado está de acordo com a literatura para a prescrição da cirurgia. A remissão ou diminuição das crises, bem como o uso de DAEs foi bem sucedida em todos os pacientes. Houve comprometimento físico e cognitivo, além do aparecimento ou piora de condições psiquiátricas na maioria dos pacientes. Entretanto, todos relatam aumento da qualidade de vida.

Conclusão

A cirurgia se mostrou eficiente na redução das crises e do uso de DAE, porém, os pacientes apresentaram comprometimento motor igual ou pior que sua condição pré cirurgia. Além de apresentar outros comprometimentos como piora na cognição e condições psiquiátricas. No entanto, todos relatam aumento da qualidade de vida e recomendam a prescrição da cirurgia.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Avaliação tardia, hemisferotomia, epilepsia

Área

Estudo de coorte

Instituições

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Unidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

LETICIA BARROS DOS SANTOS, Ivaldo Jesus Almeida Belém-Filho, Marcelo Volpon Santos