Dados do Trabalho


Título do trabalho

CAPACIDADE FISICA SUBMAXIMA E MOBILIDADE FUNCIONAL EM CRIANÇAS COM CARDIOPATIA CONGENITA DO ESTADO DE SANTA CATARINA: UM ESTUDO PILOTO

Introdução

A cardiopatia congênita (CC) define um conjunto de déficits estruturais e funcionais no coração que surgem durante a embriogênese. A qualidade de vida na CC é afetada pois sua capacidade funcional e tolerância ao exercício é menor. A resposta individual ao exercício é um importante instrumento de avaliação fornecendo respostas integradas dos sistemas cardiorrespiratório, metabólico e muscular, refletindo em testes submáximos, a capacidade para realizar atividades de vida diária (AVD).

Objetivo

Avaliar a capacidade física submáxima e mobilidade funcional de crianças e adolescentes portadores de cardiopatia congênita.

Metologia

Estudo observacional transversal delimitado em avaliar crianças e adolescentes de 7 a 18 anos com cardiopatia congênita atendidas no ambulatório de Cardiologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão. Para avaliação da capacidade física foram realizadas medidas antropométricas, o Teste de Degrau de 3 minutos (TD3) para capacidade submáxima e para mobilidade funcional o teste “Timed Up & Go” (TUG). Os dados foram tabulados em planilhas eletrônicas e a estatística descritiva realizada através do programa SPSS versão 20.0 e representados em média e desvio padrão e porcentagens.

Resultados

Amostra com 16 participantes com CC, sendo 12 (75%) de raça branca, 3 (18,75%) pardos e 1 (6,25%) negro com média de idade de 11,43 (± 3,20) anos, IMC de 18,95 (± 4,59) kg. No TD3 a FCrepouso foi de 84,93 (±10,83) bpm, FCmáx obtida 130 (± 32,54) bpm e a média de passos foi de 61,68 (±16,53) passos. No TUG o tempo médio para completar o teste foi de 6,89 (±1,24) s.

Discussão

O TD3 tem demonstrado ser capaz de avaliar a capacidade física submáxima, uma vez que acarreta maior demanda metabólica e ventilatória em comparação aos testes de caminhada submáximos. Crianças e adolescentes com CC sofrem restrições em suas atividades, e tendem a apresentar um pior desempenho nos testes funcionais quando comparados aos saudáveis, todavia, é um teste bem tolerado em crianças com doença crônica grave, demonstrando ser plausível sua utilização. Em nosso estudo, quando avaliado os resultados obtidos pelo TD3 foi possível observar que o desempenho em relação ao número de passos executados por crianças e adolescentes com CC foi menor quando comparados a outros estudos com crianças e adolescentes saudáveis, o que pode ser explicado pelo maior comprometimento funcional dos portadores de CC. Em relação ao TUG, a resposta cardiorrespiratória e o tempo de realização do teste permaneceram dentro dos valores de referência para a população pediátrica demonstrando uma boa mobilidade funcional da amostra.

Conclusão

Em conclusão, crianças e adolescentes com CC tem uma menor capacidade de exercício demonstrada pela redução do número de passos do TD3, e por atingirem mais rapidamente a FCmáx teórica. Estes achados destacam a importância da continuidade de estudos envolvendo essa população e a importância da avaliação contínua e determinação precoce dos fatores associados a uma possível diminuição da capacidade de exercício.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Cardiopatia Congênita. Capacidade Física Submáxima. Mobilidade Funcional

Área

Estudo transversal (ou seccional)

Instituições

Universidade do Estado de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

PRISCILLA MORETTO, Júlia Marcelino de Oliveira Silva, Aline Mauricio Klock , Sara Vidal Duarte, Ana Inês Gonzales, Anelise Sonza