Dados do Trabalho


Título do trabalho

ACOLHIMENTO FISIOTERAPEUTICO NO PERIODO DE POS-OPERATORIO IMEDIATO NA ATUAÇAO DOS DESFECHOS CLINICOS DE INDIVIDUOS AMPUTADOS DE NIVEL MENOR DO MEMBRO INFERIOR DE CAUSA VASCULAR: ENSAIO CLINICO NAO RANDOMIZADO.

Introdução

O indivíduo que apresenta doença vascular possui um risco potencial de passar por amputações de nível menor. Nesse contexto, o acolhimento, como uma prática de humanização hospitalar, desempenha um papel importante na prevenção de morbidades relacionadas a essas amputações.

Objetivo

Avaliar o efeito do acolhimento fisioterapêutico (AF) realizado no pós-operatório imediato (POi) nos desfechos clínicos de indivíduos amputados de nível menor do membro inferior de causa vascular por 6 meses.

Metologia

Ensaio clínico não randomizado, de caráter quantitativo. Participaram do estudo 73 indivíduos em fase POi em um hospital de Santa Catarina. Os participantes foram alocados em: Grupo Intervenção (GI) com 24 indivíduos – com AF; Grupo Controle (GC) com 49 indivíduos - sem AF. Os desfechos clínicos do acompanhamento longitudinal do POi foram: reinternação hospitalar; reamputação prévia; descontinuidade do tratamento ambulatorial; alta ambulatorial e continuidade do tratamento ambulatorial.

Resultados

O GI teve menor frequência de reamputação, embora sem diferença significativa. No GC, observou-se maior proporção de descontinuidade no tratamento médico ambulatorial entre aqueles que não realizaram atendimento fisioterapêutico pela equipe hospitalar (p=0,045). A maior parte da amostra teve uma amputação por DM com a ferida infectada, seguida por DAOP. Quanto aos desfechos, observou-se maior frequência de reinternação hospitalar (29,2%) no GI, e reamputação (22,5%) no GC.

Discussão

Os indivíduos que não receberam atendimento fisioterapêutico durante a internação hospitalar apresentaram maior proporção de descontinuidade no tratamento vascular ambulatorial. Este achado pode ser justificado devido ao vínculo que é construído entre fisioterapeuta e paciente, proporcionando um amparo maior para esclarecimento de dúvidas, assim como mobilizações precoces, promovendo um menor tempo de internação hospitalar. Ao encontro disso, Gonçalves (2019), descreve como parte do acolhimento fisioterapêutico a habilidade de lidar com tecnologias leves, aprender com o usuário e compartilhar conhecimento, fazendo com que gere uma maior possibilidade de aderência nos tratamentos indicados. A pesquisa atual fez uso do roteiro norteador de acolhimento fisioterapêutico onde revelou que a maioria da amostra recebeu orientações prévias a amputação e a minoria recebeu no POi, destacando a carência de informações neste período e reforçando a importância do paciente estar ciente do que ocorre com ele para aderir melhor no tratamento, podendo contribuir nos desfechos clínicos.

Conclusão

O acolhimento fisioterapêutico não teve efeito significante em relação aos desfechos clínicos, porém permitiu menor frequência de reamputação. Indivíduos que receberam atendimento fisioterapêutico pela equipe hospitalar durante a internação hospitalar obtiveram menor frequência de descontinuidade no tratamento vascular.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Acolhimento; Amputação; Doenças vasculares; Membro inferior; Serviço hospitalar de fisioterapia.

Área

Estudo transversal (ou seccional)

Instituições

UDESC/CEFID - Santa Catarina - Brasil

Autores

TUANE SARMENTO, Soraia Cristina Tonon da Luz, Gesilani Júlia da Silva Honório, Tayla Siqueira Ruy