Dados do Trabalho


Título do trabalho

IMPACTO DA REORGANIZAÇAO MIOFASCIAL® NO DESEMPENHO E ECONOMIA DE MOVIMENTO NO CICLISMO, E PROPRIEDADES BIOMECANICAS TECIDUAIS DE CICLISTAS: UM RELATO DE DOIS CASOS

Introdução

Adesões miofasciais reduzem a oxigenação, predispondo o músculo à fadiga muscular por ineficiência aeróbia1. Há indícios dos efeitos fisiológicos da Reorganização miofascial1–3, mas seu impacto no desempenho esportivo não foi ainda investigado robusta e objetivamente. A investigação de parâmetros como economia de movimento e potência pode elucidar os reais efeitos da RMF no desempenho. Análises biomecânicas teciduais antes e após a intervenção contribuiriam no entendimento de seus mecanismos.

Objetivo

Apresentar dados preliminares do impacto da Reorganização Miofascial (RMF) no desempenho esportivo e economia de movimento no ciclismo. Adicionalmente, determinar às propriedades biomecânicas da fáscia do membro inferior antes e após intervenção com RMF.

Metologia

Dois sujeitos, JKC e LF, ciclistas recreacionais treinados5 do sexo masculinos, foram avaliados antes e após a intervenção pela aptidão física4 via VO2max obtido do teste incremental em estágios5–7; movimento no ciclismo (EM)8–10; desempenho no teste contrarrelógio de quatro minutos (TT4min)11; propriedades biomecânicas miofasciais do quadríceps e bíceps12,13. Foi utilizado um tratamento de seis semanas (2x/semana) com RMF1.

Resultados

Na economia de movimento, o ciclista JKC apresentou aumento de 4,79% pós-intervenção com RMF. Já o ciclista LF teve uma variação de -0,47%. No teste de desempenho TT4min, a variação da potência média do ciclista J.K.C. foi de -29,15%, enquanto a do ciclista L.F. foi de -0,78% após a intervenção. A rigidez tecidual apresentou as seguintes variações médias bilaterais pré vs. pós: reto femoral -25,59%, vasto lateral +13,19%, vasto medial -1,18%, bíceps femoral -22,56%.

Discussão

JKC melhorou a EM, possível efeito fisiológico na oxigenação muscular1. Isso não refletiu em melhora no TT4min, que exige manter alta potência muscular. Já LF mostrou pouca variação. As respostas discrepantes sugerem diferenças individuais na adaptação ao treinamento. Seis semanas podem ser insuficientes para gerar grandes efeitos nos parâmetros físicos. A menor rigidez sugere efeito mecânico benéfico da RMF, que facilitaria a deformação muscular e melhoraria a transmissão de forças na pedalada.

Conclusão

A RMF pode melhorar a EM durante o ciclismo em certos sujeitos, por provável efeito fisiológico ocasionado pela intervenção. Porém, seu efeito em testes de alta intensidade e curta duração, como o TT4min, ainda é incerto e merece investigação adicional. Ademais, a relação da rigidez e desempenho nestes testes deve ser mais bem estudada. Mesmo promissora, a RMF visando melhora do desempenho ainda carece de evidências científicas sólidas para recomendar sua aplicação na prática esportiva.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

desempenho; esporte; fáscia; rigidez

Área

Relato de caso / estudo de caso

Instituições

Universidade do Estado de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

MARIA ELISA DUARTE FRANÇA, Larissa Sinhorim, Mayane dos Santos Amorim, Artur Ferreira Tramontin, Iramar Baptistella do Nascimento, Gilmar Moraes Santos