Dados do Trabalho


Título do trabalho

HA DIFERENÇAS EM CARACTERISTICAS CLINICAS E FUNCIONAIS ENTRE ADULTOS JOVENS COM DOR FEMOROPATELAR UNILATERAL E BILATERAL? UM ESTUDO TRANSVERSAL DE ANALISE DOS SUBGRUPOS E CONTROLES ASSINTOMATICOS

Introdução

Sabe-se que pessoas com dor femoropatelar (DFP) apresentam diferenças clínicas e funcionais comparados a pessoas sem dor. Entretanto, esses resultados se baseiam em análises que incluem, em um mesmo grupo, pessoas com dor em um (DFP unilateral) ou ambos (DFP bilateral) os joelhos. É possível que entre esses subgrupos também exista diferenças clínicas e funcionais, entretanto, isso ainda foi pouco investigado nessa população.

Objetivo

Esse estudo objetivou comparar os níveis de dor, cronicidade, função objetiva e subjetiva, e nível de cinesiofobia entre adultos jovens (18-35 anos) com DFP unilateral (DFPU), bilateral (DFPB) e controles assintomáticos (GC). Para isso, uma coorte de 202 pessoas (DFPU=55, DFPB=71, GC=76) foi investigada.

Metologia

Subgrupos de DFP foram divididos pelo reporte de dores frequentes em um (DFPU) ou ambos (DFPB) os joelhos. Pior dor no último mês, duração dos sintomas, função subjetiva e nível de cinesiofobia foram avaliados por meio de escalas/questionários. A função objetiva foi avaliada pelo Forward Step Down Test (FSDT), onde o maior número de repetições da tarefa em 30 segundos foi coletado. Uma ANCOVA foi usada para comparar as variáveis entre os grupos controlando por sexo (p<,05).

Resultados

Pessoas do grupo DFPB reportaram maior duração dos sintomas (Intervalo de confiança [IC]95%=35.5; 1.5) comparado ao DFPU, enquanto nenhuma outra diferença foi encontrada entre subgrupos de DFP. Ambos os subgrupos de DFP (DFPU e DFPB) apresentaram maior dor (IC95%=39.1 a 55.4), menor função objetiva (IC95%=-8.2 a -2.1) e subjetiva (IC95%=-23 a -16.6) e maior cinesiofobia (IC95%=0.1 a 1.2) comparado ao GC, mas não entre os subgrupos.

Discussão

É possível que a DFP bilateral seja uma consequência da DFP unilateral, dada a maior duração dos sintomas no grupo DFPB. Uma possível explicação é o uso de adaptações para evitar sobrecargas no membro doloroso, o que favorece um mecanismo de maior sobrecarga no joelho não doloroso. Ao contrário do esperado, a presença de DFP bilateral não parece impactar negativamente a dor, função e cinesiofobia das pessoas. Estudos longitudinais são necessários para investigar esses aspectos a longo prazo.

Conclusão

Não há diferenças clínicas e funcionais entre adultos jovens com DFP unilateral e bilateral. Pessoas com DFP bilateral reportam maior duração dos sintomas, indicando possível progressão da dor unilateral para bilateral. Mais estudos são necessários para investigar isso, bem como as implicações clínicas, funcionais e biomecânicas da DFP bilateral a longo prazo; já que esse é um estudo transversal com uma coorte de adultos jovens e nenhuma diferença significante entre os subgrupos foi encontrada.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Dor anterior no joelho, sintomas bilaterais, desempenho funcional, medidas autorreportadas.

Área

Estudo transversal (ou seccional)

Instituições

FCT - UNESP - São Paulo - Brasil

Autores

LUCAS LEONARDO MARCELINO JOIA, Marina Cabral Waiteman, Lucca André Liporini Bego Farinelli, Helder dos Santos Lopes, Fábio Mícolis de Azevedo