Dados do Trabalho


Título do trabalho

SERA QUE EXISTEM COPROMETIMENTOS CLINICOS-FUNCIONAIS E DE FORÇA EM HOMENS COM DOR FEMOROPATELAR? UM ESTUDO TRANSVERSAL.

Introdução

A dor femoropatelar (DFP) é uma desordem de joelho comum em pessoas jovens adultas. Por ser mais prevalente em mulheres, diversos estudos já reportaram déficits funcionais (eg, função subjetiva e objetiva), alterações de fatores psicológicos (eg, cinesiofobia), e redução da força dos músculos do joelho (eg, extensores e flexores) e de quadril (eg, abdutores) nesse subgrupo. Entretanto, no que se refere aos homens com DFP, o entendimento acerca dessas alterações ainda é limitado.

Objetivo

Esse estudo objetivou comparar níveis de dor, função objetiva e subjetiva, níveis de atividade física (AF), cinesiofobia, e força muscular isométrica dos extensores e flexores de joelho e abdutores de quadril entre homens com e sem DFP.

Metologia

No total, 68 homens foram incluídos (DFP=34; GC=34). Pior nível de dor no último mês (Escala visual analógica 0-100mm), função subjetiva (Escala para dor anterior no joelho), função objetiva (desempenho no forward step-down test), cinesiofobia (escala Tampa) e AF (questionário Baecke) foram coletados. O torque isométrico máximo dos músculos do joelho/quadril foi avaliado usando um dinamômetro isocinético (Nm/Kg). Comparações entre grupos foram realizadas usando um teste-t independente (p≤,05).

Resultados

O grupo DFP apresentou menor função objetiva (Diferença média [DM]: -6.47; Intervalo de confiança [IC] 95%: -10,20; -2,74) e subjetiva (DM: -16,9; IC 95%: -20,04; -13,85), maiores níveis de cinesiofobia (DM: 5,91; IC 95%: 1,88; 8,5), e menor força isométrica dos abdutores de quadril (DM: -,29; IC: 95%: -,44; -,15). Por outro lado, homens com DFP apresentaram maior nível de atividade física (DM: ,69; IC 95%: ,09; 1,3). Não houve diferenças para flexores e extensores de joelho entre os grupos.

Discussão

Assim como em mulheres, homens com DFP apresentam pior condição clínica e déficits na força muscular dos abdutores de quadril comparados aos seus pares assintomáticos. Por serem mais fisicamente ativos, é provável que homens com DFP tenham preferências em exercitar mais os músculos do joelho em detrimento aos músculos do quadril (eg, abdutores). É possível que outras capacidades musculares (eg, potência e resistência) estejam comprometidas nesse subgrupo. No entanto mais estudos são necessários.

Conclusão

A DFP é uma condição incapacitante para homens e, assim como para as mulheres, eles podem se beneficiar de um tratamento multimodal para melhora da dor, capacidade funcional e força muscular. Ao contrário do sexo feminino, esses achados demonstram que a fraqueza dos músculos do joelho não parece estar associada com a DFP em homens. Nesse sentido, é possível que o fortalecimento direcionado a esses músculos não seja tão essencial quanto ao fortalecimento dos abdutores de quadril.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Patela; Dor anterior no joelho; Quadríceps; Isquiotibiais; Glúteos; Capacidade funcional; Fatores psicológicos.

Área

Estudo transversal (ou seccional)

Categoria

Fisioterapia Musculoesquelética

Instituições

Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Estadual Paulista - São Paulo - Brasil

Autores

GLEISON GUSTAVO MORAES DA SILVA, Lucas Leonardo Marcelino Jóia, Elian Chacon Haro, Théo Muniz De Souza Borges Da Silva, Fábio Mícolis De Azevedo