Dados do Trabalho


Título do trabalho

EFEITO DE UMA SESSAO DE ELECTROSTRETCHING SOBRE A AMPLITUDE DE MOVIMENTO DE UMA PACIENTE COM MIELITE TRANSVERSA: UM RELATO DE CASO

Introdução

A mielite transversa (MT) consiste em uma doença inflamatória na medula espinhal que surge de diferentes etiologias, resultando em disfunções abaixo do nível da lesão. A fisioterapia, associada a outras intervenções é eficaz no manejo dos sintomas e complicações da MT, o electrostretching é uma técnica eletroterapêutica que associa exercícios de flexibilidade com estimulação elétrica neuromuscular (EENM).

Objetivo

Analisar o efeito de uma sessão da técnica de electrostretching nos valores da amplitude de movimento do tornozelo espástico de uma paciente diagnosticada com mielite transversa.

Metologia

Trata-se de um relato de caso referente à paciente S.N 56 anos, sexo feminino, do lar, moradora de Uruguaiana - RS. Diagnosticada com mielite transversa, apresenta espasticidade bilateral de tornozelo (Ashworth - 3). A amplitude de movimento foi verificada com goniômetro aberto (180º) alinhado com o centro da perna e a linha do 5º metatarso. O tratamento fisioterapêutico escolhido foi a EENM com corrente de baixa frequência para técnica de aumento de flexibilidade (Electrostretching), com os seguintes parâmetros: frequência de 40Hz; largura de pulso de 500µs; rise 2s; on 6s; decay 1s; off 3s por 5 minutos. Foi realizada a contração superimposta seguida de alongamento passivo durante a fase off.

Resultados

A goniometria inicial avaliou os pés em repouso apresentando os valores de 20º no pé direito e 34º no pé esquerdo, em sequência a paciente foi submetida a uma dorsiflexão passiva até o limite de movimento obtendo 60º no pé direito e 84º no pé esquerdo. Após os 5 minutos de intervenção foi realizado a reavaliação constatando os valores de 80º no pé direito e 90º no pé esquerdo. Os valores alcançados pós intervenção indicam um ganho de 20º no pé direito e 6º no pé esquerdo.

Discussão

A espasticidade é uma complicação comum em lesões medulares, essa condição acaba restringindo posturas e movimentos dos indivíduos acometidos, especialmente envolvendo músculos ao redor do pé, levando ao padrão típico de flexão plantar, conhecido como equinovaro, podendo levar a deformidades, comprometendo a reabilitação da marcha, impactando de forma negativa na funcionalidade. Nossos resultados demonstram que apenas uma sessão de 5 minutos de EENM de baixa frequência com a técnica de electrostretching foi capaz de promover o ganho de amplitude de movimento em ambos os pés. Aqui, demonstramos que o pé direito teve maior ganho ficando apenas 10º abaixo da posição neutra de 90º do pé, o pé esquerdo alcançou a posição neutra conseguindo ficar em 90º. Ressaltamos que ambas as amplitudes jamais foram alcançadas previamente, sem o auxílio da eletroestimulação.

Conclusão

Baseado em nossos resultados concluímos que a EENM por meio da técnica de electrostretching promove aumento de amplitude de movimento do tornozelo da paciente acometida por mielite transversa, sendo assim uma alternativa terapêutica para auxiliar para o tratamento dessa condição.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Eletroterapia, paciente neurológico, fisioterapia.

Área

Relato de caso / estudo de caso

Categoria

Fisioterapia Neurofuncional

Instituições

Fundação Universidade Federal do Pampa - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

LIANE DA SILVA DE VARGAS, Thiago Felipe Tamborena Félix, Rodrigo Nogueira, Camilla Ferreira De Andrade, Queren Ferreira Costa, Mohammad Prudêncio Mustafa, Silvia Luci De Almeida Dias