Dados do Trabalho


Título do trabalho

PRESSAO INSPIRATORIA MAXIMA E O SUCESSO NO TESTE DE RESPIRAÇAO ESPONT NEA EM PACIENTES CRITICOS: ESTUDO TRANSVERSAL

Introdução

O Teste de Respiração Espontânea (TRE) avalia a aptidão e autonomia de manter a respiração independente do suporte ventilatório e é realizado, comumente, diante da checagem de parâmetros preditores de sucesso à descontinuação da ventilação mecânica (VM). A pressão inspiratória máxima (PImax) reduzida é associada ao insucesso do desmame da VM, contudo sua medição não seja rotineiramente recomendada.

Objetivo

Comparar as pressões inspiratórias máximas dos indivíduos que tiveram sucesso e falha no TRE.

Metologia

Estudo transversal (CEP n. 2.412.457), com adultos críticos de ambos os sexos em uso de VM > 48h, e escore Glasgow ≥ 9. Os pacientes foram classificados em sucesso no TRE quando mantiveram padrão respiratório, troca gasosa, estabilidade hemodinâmica e conforto adequado após 30-120 minutos. Os desfechos analisados foram Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS3), PImax mensurada por manovacuometria digital, tempo de assistência ventilatória mecânica (AVM) e tempo de permanência na UTI.

Resultados

40 indivíduos, dos quais 29 tiveram sucesso no TRE. As médias de PImax [83.1 cmH2O (70,5-95,9) em sucesso no TRE foram maiores do que naqueles que evoluíram com falha no TRE [63,3 cmH2O (48,5-78), p= 0.08]. Quanto ao número de dias sob VM, no grupo sucesso TRE foram 7,5 dias (5,9- 9) vs. 10,5 (6- 15) em falha no TRE (p= 0,098]. Apenas um caso no grupo falha apresentou PImax ≤ 30 cmH2O. No grupo de sucesso no TRE, a média de dias na UTI foi menor [6,2 dias (4,4- 7,9) vs. falha, 12 dias (7,3-17); p= 0,002], e com menor escore SAPS3 [61,9 (55,7-68) vs falha 70,60 (46,4-94,9); p= 0,04].

Discussão

A PImax não foi um marcador para sucesso do TRE e número de dias sob VM, considerando que na amostra, 97% dos pacientes apresentam valores de PImax acima de - 30 cmH2O, que reforça que, independente do grupo, a força muscular inspiratória era preservada. Assim, o sucesso no TRE foi mais associado à menor gravidade clínica e menor permanência na UTI.

Conclusão

O sucesso no TRE não esteve associado a maiores valores de PImax, numa amostra com força muscular inspiratória em sua maioria preservada ou abaixo dos limites de normalidade, contudo superior ao marcador de fraqueza muscular respiratória.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Unidade de Terapia Intensiva; Ventilação Mecânica; Cuidados Críticos

Área

Estudo transversal (ou seccional)

Instituições

Universidade Federal de Pernambuco - Pernambuco - Brasil

Autores

PEDRO VINICIUS MANSO PORFIRIO, Emanuelle Olympia Silva Ribeiro, Layane Santana Pereira Costa, Lucas Rafael da Silva Fraga, Wagner Souza Leite, Shirley Lima Campos