Dados do Trabalho

Título do trabalho

SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSOS COM DOR LOMBAR CRONICA SUBMETIDOS A UM TRATAMENTO BASEADO EM EXERCICIOS: UM ESTUDO DE SERIE DE CASOS

Introdução

A dor lombar (DL) é uma condição de saúde extremamente comum e prevalente, sendo classificada como crônica quando persiste por mais de 3 meses1. A DL crônica pode estar associada à presença de sintomas depressivos, levando a níveis mais elevados de dor e incapacidade2. Ainda não está claro se a presença de sintomas depressivos dificulta a reabilitação de pacientes que recebem tratamento em grupo baseado em exercícios.

Objetivo

Estimar a prevalência de sintomas depressivos em idosos com DL crônica inespecífica, e verificar se idosos com DL crônica sem sintomas depressivos melhoram mais a dor e a incapacidade após um tratamento baseado em exercícios, comparados aos idosos com DL com sintomas depressivos.

Metologia

Estudo de análise transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (CAAE:34085520.3.0000.5149). A amostra inclui idosos (idade ≥60 anos) que tenham sido encaminhados para fisioterapia com diagnóstico de DL crônica na cidade de Belo Horizonte. A coleta de dados incluiu idade, sexo, intensidade da dor (escala de 0-10), incapacidade (questionário de Roland Morris) e sintomas depressivos (Escala de Depressão Geriátrica, cutoff ≥6 escala de 0-15).

Resultados

Foram recrutados 121 idosos de idade média de 69,4 ± 5,6 anos. A prevalência de sintomas depressivos foi de 75%. Os pacientes com sintomas depressivos apresentaram redução de 2,2 ± 3,1 pontos na intensidade da dor, enquanto que os idosos sem sintomas apresentaram uma redução similar de 2,6 ± 3,5 pontos (MD= -0,4; IC 95%: -1,7, 0,9). Os pacientes com e sem depressão apresentaram redução de 4,3 ± 6,4 pontos e 5 ± 4,3 respectivamente (MD= -0,7; IC 95%: -3,2, 1,7), no questionário de Roland Morris.

Discussão

Nossos resultados mostram que, independente da presença de sintomas depressivos, ambos os grupos apresentaram redução semelhante na intensidade da dor e incapacidade após um programa de tratamento em grupo baseado em exercícios por 2 meses. Apesar do tratamento proposto não apresentar nenhum componente para tratamento específico de sintomas depressivos, um fator que pode ter influenciado positivamente foi o formato do tratamento em grupo, que permitiu a interação e socialização dos pacientes3.

Conclusão

Três a cada quatro idosos com DL crônica inespecífica que procuraram atendimento fisioterapêutico, apresentaram sintomas depressivos. Não houve diferença na redução da intensidade da dor e incapacidade entre os grupos. No entanto, a presença de sintomas depressivos parece não afetar a resposta a um tratamento em grupo baseado em exercícios.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

dor lombar crônica; idosos; sintomas depressivos; reabilitação