Dados do Trabalho
Título do trabalho
O MEDO DO MOVIMENTO ESTA CORRELACIONADO COM A RESISTENCIA DOS EXTENSORES DO TRONCO EM MULHERES COM DOR PATELOFEMORAL
Introdução
A dor patelofemoral (DPF) é a dor ao redor ou atrás da patela provocada por atividades que sobrecarregam o joelho em semiflexão, sendo comum na população geral, porém mais prevalente em mulheres. Estudos atuais apontam as alterações biomecânicas como responsáveis pela sobrecarga que leva à dor, em associação com fatores biopsicossociais, como o medo do movimento. A deficiência do complexo lombopélvico é um dos fatores patomecânicos que vem sendo relacionado à DPF.
Objetivo
Verificar se a capacidade funcional e o medo do movimento estão relacionados com o desempenho físico neuromuscular do tronco em mulheres com e sem DPF.
Metologia
Doze mulheres (DPF= 6, assintomáticas= 6, idade= 21 ± 1,04 anos) responderam às Escalas de Dor Anterior do Joelho e Tampa de Cinesiofobia para avaliar a função e o medo do movimento. Também realizaram os testes de reposicionamento do tronco para avaliar a propriocepção; manutenção do equilíbrio sentado sobre base instável para avaliar a estabilidade; e de resistência dos extensores, flexores anteriores e laterais do tronco. Foram aplicados os testes de Pearson e Spearman (p < 0,05).
Resultados
A pontuação da Escala Tampa de Cinesiofobia correlacionou-se de modo significativo, moderado e negativo com o desempenho no teste de resistência dos extensores do tronco (r= -0,593, p= 0,042). Não foram identificadas outras correlações significativas (p > 0,05). Portanto, quanto maior o medo do movimento, menor é a resistência dos extensores do tronco em mulheres com e sem DPF.
Discussão
Especula-se que sujeitos com medo de se movimentar diminuam o seu nível de atividade física, que por sua vez, acarrete algum grau de fraqueza muscular. A postura retificada de tronco observada na DPF poderia justificar a relação específica com os extensores do tronco. Também é possível que as participantes com maior medo do movimento sentiram insegurança em realizar o teste proposto, por medo de se machucar ou sentir dor, e por isso podem não ter atingido o seu desempenho máximo.
Conclusão
O maior medo do movimento está relacionado à menor resistência dos extensores do tronco ao considerar uma amostra de mulheres com e sem DPF. Entretanto, não houve relação desta variável com a resistência dos demais agrupamentos do tronco, bem como, com a habilidade proprioceptiva e estabilidade deste segmento. Já a capacidade funcional não mostrou relação com a propriocepção, estabilidade ou resistência do tronco.
Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)
Joelho, modelo de crenças de saúde, desempenho físico, centro abdominal
Área
Estudo randomizado
Categoria
Fisioterapia Musculoesquelética
Instituições
UNESP Universidade Estadual Paulista - São Paulo - Brasil
Autores
JULIANA IMADA GERALDO, VITORIA LIESSE, MARCELO TAVELLA NAVEGA, ÂNGELA KAZUE MORITA