Dados do Trabalho


Título do trabalho

HA IMPLICAÇOES DO NIVEL DE CINESIOFOBIA SOBRE AS CARACTERISTICAS CLINICAS E DE FORÇA DE PESSOAS COM DOR FEMOROPATELAR? UM ESTUDO TRANSVERSAL COM SUBGRUPOS.

Introdução

Pessoas com dor femoropatelar (DFP) podem apresentar maiores níveis de cinesiofobia comparado à controles sem dor, o que pode estar relacionado a uma resposta mal adaptativa a experiências negativas de dor. Sabe-se que maiores níveis de cinesiofobia foram correlacionados à piores níveis de dor e função em mulheres com DFP. Contudo, até o momento, nenhum estudo comparou características clínicas e de força entre pessoas com DFP com altos e baixos níveis de cinesiofobia e controles sem dor.

Objetivo

O objetivo desse estudo transversal foi comparar a dor, cronicidade, função, nível de atividade física e força isométrica de extensores e flexores de joelho entre indivíduos com DFP que apresentam altos (DFPAC) e baixos (DFPBC) níveis de cinesiofobia e controles assintomáticos (GC).

Metologia

Subgrupos de DFP foram divididos por meio de pontos de corte (Alto: ≥37; Baixo: <37) na Escala Tampa de Cinesiofobia. Pior dor no último mês, duração dos sintomas, função subjetiva, e nível de atividade física foram avaliados por meio de escalas/questionários. A função objetiva foi coletada por meio do Single Leg Hop Test e o torque máximo por meio de um dinamômetro isocinético. Uma ANCOVA foi utilizada para análise de comparação entre os grupos controlando por sexo (p<,05).

Resultados

Foram incluídas 204 pessoas (DFPAC=40, DFPBC=88, GC=76). Análises post hoc (Bonferroni) mostraram maior dor (Intervalo de confiança [IC]95%:7 a 22,2; p<,01) no grupo DFPAC comparado ao DFPBC, tal como menor função subjetiva comparado aos grupos DFPBC (IC95%: -9,9 a -3; p=,01) e GC (IC95%: -26,3 a -19,4; p<,01), maiores níveis de atividade física (IC95%: -24,9 a -,3; p<,01) e menor função objetiva (IC95%: -24,9; -,3; p<,05) comparado ao GC. Sem diferença significativa para torque máximo (p>,05).

Discussão

Pessoas com altos níveis de cinesiofobia (DFPAC) apresentam maior dor e menor função subjetiva do que pessoas com baixos níveis de cinesiofobia. Com isso, sugere-se que pessoas com DFPAC têm pior percepção subjetiva de sua condição, o que não implica em aspectos físicos. Mesmo tendo menor função objetiva comparado a controles, pessoas com DFPAC tiveram maiores níveis de atividade física. Esse resultado pode explicar um possível efeito de exposição (i.e., mais exposto, maior medo).

Conclusão

Diferentes níveis de cinesiofobia não parecem comprometer os níveis de atividade física e força de pessoas com DFP. Entretanto, pessoas com DFP e altos níveis de cinesiofobia podem apresentar uma pior percepção da sua condição clínica, o que deve ser considerado quando essas pessoas são tratadas em ambiente clínico. Esse subgrupo de pacientes pode se beneficiar de estratégias educativas mais específicas que devem ser investigadas por estudos clínicos futuros.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Dor anterior no joelho; Medo do movimento; Fatores psicológicos.

Área

Estudo transversal (ou seccional)

Instituições

Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Estadual Paulista - São Paulo - Brasil

Autores

JULIA DE CASSIA PINTO DA SILVA, MARINA CABRAL WAITEMAN , MICHAEL LOPES SIQUEIRA, RONALDO VALDIR BRIANI, FÁBIO MÍCOLIS DE AVEZEDO