Dados do Trabalho


Título do trabalho

PERSISTENCIA DA FADIGA NO POS-COVID E SUAS REPERCUSSOES NA SAUDE FISICA E MENTAL

Introdução

A COVID-19 é uma doença com manifestações além do quadro gripal, e sabe-se que suas sequelas podem levar ao comprometimento da função física e mental. Desses comprometimentos, destaca-se a fadiga, a qual possui os relatos mais comuns acerca dos sintomas pós-infecção, associada ao comprometimento da saúde mental como ansiedade e estresse pós-traumático. É necessário o reconhecimento da correlação entre essas sequelas para a construção de ações para o tratamento integral dos pacientes pós-COVID.

Objetivo

Avaliar a prevalência dos sintomas de pós-COVID, o status da fadiga e estresse pós-traumático em pessoas acometidas pela COVID-19.

Metologia

Trata-se de um estudo transversal com indivíduos com diagnóstico confirmado de COVID-19 totalizando 106 participantes com média de idade 30 anos (±12,9) anos que foram categorizados pela duração em dias dos sintomas (≤ 5 dias; de 6 a 15 dias; de 16 a 20 dias; > 20 dias). Os dados foram obtidos através da ficha cadastral elaborada pelos autores, a Escala Chalder de Fadiga- CFQ-11 e a Escala do Impacto do Evento- IES-R, enviados por meio eletrônico e das redes sociais.

Resultados

A dor de cabeça foi o sintoma mais prevalente (74%), a fadiga foi relatada por 49% dos indivíduos, e 78,8% eram mulheres. Houve correlação moderada entre o número de sintomas pós-COVID e a fadiga (r=0,61). O escore médio geral para fadiga foi moderado à grave, e observou ausência de risco para o desenvolvimento de estresse pós-traumático por 69% da amostra. Participantes com maior número e tempo de permanência dos sintomas obtiveram maiores resultados nos escores fadiga e estresse.

Discussão

Diante dos resultados, quanto maior o tempo e a quantidade de sintomas do indivíduo, maior a chance de desenvolver fadiga e estresse pós-traumático. Estudos anteriores relatam que o risco do estresse é relacionado à internação pela doença, e apenas 20% dos participantes que apresentaram risco severo para desenvolvimento do estresse haviam sido internadas nesse estudo. A maior prevalência da fadiga em mulheres corrobora com estudos prévios. A limitação foi o tempo de retorno dos formulários.

Conclusão

O tempo de evolução e o número dos sintomas interferem nos escores da percepção da fadiga. Os indivíduos com maior número de sintomas foram aqueles com maior tempo de permanência dos sintomas e pior desempenho nos escores da fadiga e risco de desenvolvimento do estresse pós-traumático. O sexo feminino tende a ser o mais afetado pela fadiga pós-COVID. Estudos sobre a COVID e seus desdobramentos deverão ser perpetuados por se tratar de um evento em curso.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Fadiga. Estresse pós-traumático. Pós-COVID.

Área

Estudo transversal (ou seccional)

Instituições

Universidade Presbiteriana Mackenzie - São Paulo - Brasil

Autores

ISABELLA GOMES SILVA, MARÍLIA LIRA, DENISE LOUREIRO VIANNA